Depois de um ano de trabalho no Parque da Lagoa das Bateias, a Prefeitura de Vitória da Conquista já se aproxima da conclusão da primeira etapa, que envolve a limpeza do espelho d’água. As taboas que ocupavam quase toda a extensão do leito foram retiradas pela equipe do Deserg.
E, neste momento, o mesmo material orgânico que foi retirado da lagoa está sendo reutilizado na construção dos ninhais, nas laterais do reservatório. A ideia é que esses locais formem áreas propícias para a sobrevivência das aves que habitam a região. Inclusive, alguns ninhos encontrados nas taboas foram realocados para outras árvores, a fim de oferecer a esses animais um local mais próximo de seu habitat natural.
“Estamos chegando à fase de conclusão dessa que é a maior obra ambiental dos últimos vinte anos no nosso município”, exulta o coordenador do Deserg, Lucas Batista. “A prefeita Sheila Lemos determinou que se devolvesse à população conquistense o espelho d’água, e assim está sendo feito”.
Desde que o trabalho de revitalização foi iniciado, muitas coisas mudaram, como observa Lucas. Parte delas diz respeito às iniciativas para eliminar o cheiro desagradável que predominava nos arredores do parque. “Hoje, posso dizer que a lagoa está sem aquele odor fétido que tinha no início, quando nós começamos”, informa o coordenador, relembrando que a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) chegou a desativar 75 ligações de esgoto clandestino que eram despejadas na lagoa, e que eram responsáveis por provocar o odor.
No entanto, esse problema ainda não foi totalmente resolvido. A Prefeitura acionou a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), que chegou a enviar uma equipe técnica ao local para uma vistoria. Recentemente, servidores do Deserg percorreram de barco os locais do parque em que ainda há pontos de passagem de esgoto. “Volto a fazer um apelo à Embasa para que ela construa a elevatória na região do Santa Cruz, para que essa água não volte para dentro da lagoa, trazendo assim um transtorno para a população”, reivindica Lucas.
“O que eu falo hoje, para a população, é que tenha um pouquinho de paciência. A parte de infraestrutura já começou e falta muito pouco para acabar essa parte que eu chamo de ‘quebrar ovos’. Não se faz omelete sem quebrar os ovos”, compara o coordenador do Deserg. Ele afirma que a Prefeitura vai acionar a Seinfra e a Procuradoria Geral do Município para “tomar providências mais enérgicas junto a essa questão dos esgotos que estão caindo dentro da Lagoa das Bateias”.
Outro efeito colateral da obra, que vem sendo percebido pela população, são as rachaduras provocadas pelas máquinas nos calçadões – o que foi inevitável, já que não há outra área disponível para as máquinas passarem e fazerem seu trabalho. “Não tem como uma máquina que pesa 22 mil quilos passar e não quebrar. Elas estão subindo na calçada para fazer essa manutenção. Mas, dentro em breve, a população poderá contemplar o maior pôr-do-sol do Sudoeste baiano”, argumenta Lucas.
“Isso tudo é fruto de comprometimento e responsabilidade. De manhã, de tarde, de noite, com chuva e com sol, nós estamos trabalhando para devolver esse parque ambiental à população conquistense”, garante o coordenador.
Em meio a esse trabalho permanente, há novidades, como a construção de um píer, justamente para que as pessoas possam contemplar o pôr-do-sol conquistense a partir do bairro Santa Cruz. Além disso, o espaço também vai dispor de uma academia totalmente construída com materiais reciclados.
“O Governo Municipal está preocupado em devolver à sociedade conquistense o que ela tinha de mais precioso, que é a Lagoa das Bateias, que estava escondida debaixo das taboas. Jovens, crianças e adolescentes que têm menos de 20 anos não tiveram a experiência de contemplar aquele espelho d’água. Eles nem sabiam que ele existia”, observa Lucas Batista.