O ano de 2025 começou e as alternativas para impulsionar o crescimento da economia de Vitória da Conquista já estão sendo discutidas entre os empresário e políticos da cidade. Entre as preocupações estão a queda do Produto Interno Bruto (PIB) e o setor insdutrial da cidade.
Em entrevista ao Blog do Sena, o empresário José Maria Caires compartilhou sua visão sobre os principais desafios enfrentados na cidade e destacou pontos cruciais para o retorno da cidade ao protagonismo econômico que um dia teve. A cidade, que já ocupou a quinta posição no PIB estadual, perdeu terreno e precisa enfrentar obstáculos relacionados a infraestrutura, fornecimento de água e o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).
De acordo com dados do IBGE, Vitória da Conquista atualmente ocupa o 6º lugar no ranking do PIB da Bahia, atrás de cidades como Salvador, Feira de Santana e Camaçari. A cidade teve um grande crescimento nas últimas décadas, mas enfrentou desafios como a falta de infraestrutura adequada e dificuldades no abastecimento de água, fatores que têm prejudicado sua recuperação econômica. José Maria é categórico ao afirmar que a cidade tem condições de voltar ao seu antigo protagonismo.
“Nós temos capacidade de sermos o quarto PIB da Bahia. Perdemos a posição de quinto lugar para São Francisco do Conde, que só tem petróleo, enquanto Vitória da Conquista possui outros potenciais de crescimento”, afirmou.
Um dos maiores entraves ao crescimento de Conquista, segundo José Maria, é a infraestrutura, com destaque para a duplicação da BR-116, conhecida como Rio-Bahia, que corta a cidade. “Não vamos conseguir crescer sem a duplicação da Rio-Bahia, especialmente no trecho entre Poções e Conquista”, explicou.
A BR-116 é uma das principais rodovias do país, ligando o norte e o sul do Brasil, e sua duplicação é essencial para melhorar a logística e atrair novos investimentos para a região. Apesar de ser um pedido recorrente da população e de empresários locais, o projeto ainda não se tornou uma realidade.
Além disso, a questão da água também foi destacada pelo empresário como um fator essencial para o desenvolvimento da cidade. José Maria enfatizou a importância da Barragem do Rio Pardo para garantir a segurança hídrica e fomentar o setor agropecuário. “Se não tivermos a Barragem do Rio Pardo, não vamos ter agro em Vitória da Conquista. Esse é um dos principais pontos que têm impulsionado o crescimento de Luis Eduardo Magalhães, por exemplo”, observou.
Outro tema abordado foi a mudança no PDDU, que, segundo José Maria, pode impactar negativamente o setor industrial da cidade. Com as novas regras, muitas indústrias não poderão mais se instalar no Centro da cidade, o que levanta a questão de onde essas empresas irão se localizar e como serão gerados novos empregos. “Com o novo PDDU, você não pode mais manter indústrias no Centro da cidade. A pergunta é: onde essas empresas irão? Como vamos atrair novos negócios e gerar emprego? A falta de alternativas é um dos grandes desafios”, ressaltou.
O empresário também refletiu sobre os motivos que levaram a cidade a perder a posição de destaque no PIB estadual. “É uma pena que Conquista tenha despencado no PIB. Perdemos essa posição por dois motivos principais: a falta de atração de negócios e a ausência de um bom abastecimento de água, que garante segurança para os investidores”, analisou José Maria.
Vitória da Conquista, que tem 80% de sua economia voltada para os setores de serviços, saúde e educação, precisa, segundo ele, buscar alternativas para diversificar sua economia. “Esse modelo já deu o que tinha que dar. Precisamos investir em outras áreas, especialmente na indústria, para garantir o crescimento sustentável da cidade”, concluiu.
José Maria destacou ainda que, com a união das forças políticas, independente de partido, a cidade tem todas as condições de recuperar seu protagonismo econômico e garantir um futuro mais promissor para seus habitantes. No entanto, para isso, é imprescindível que as questões relacionadas à infraestrutura, água e atração de investimentos sejam devidamente enfrentadas pelas autoridades locais e estaduais.
Assista a seguir a entrevista na íntegra: