Antes do amanhecer da última sexta-feira (26), vizinhos da auxiliar de cozinha Juliete Alves da Silva, de 32 anos, escutaram gritos de desespero vindos da residência onde ela morava com o marido, o jardineiro Paulo Neto Gonçalves Alves, de 34. Os gritos eram da mulher, que foi morta pelo companheiro com golpes de facão dados na cabeça. Depois do feminicídio, o agressor teria limpado a arma em uma das bíblias que o casal tinha em casa. O caso aconteceu em Campina Grande, na Paraíba.
A polícia diz que não há histórico de ameaças, mas que, há cerca de dois meses, o suspeito passou a ter crises de ciúmes. A desconfiança era tanta que ele começou a buscar a mulher no trabalho. Depois de matá-la, ele limpou a faca suja de sangue no Salmo 102. “Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida. Por causa da tua ira e da tua indignação, pois tu me levantaste e me arremessaste”, diz trecho da passagem bíblica.
O casal morava com os três filhos de Juliete, frutos de um outro relacionamento, e com três sobrinhos de Paulo Neto. Após matar a esposa, ele teria pedido a sobrinha de 13 anos que chamasse uma amiga da vítima. A mulher foi a primeira pessoa de fora da família a chegar na cena do crime, por volta das 4h. Depois disso, ele não foi mais visto.
Uma amiga da família diz que o casal tinha uma relação considerada pacífica, mas que devido às crises de ciúmes do jardineiro, a relação estava instável. “Era ‘amor’, ‘meu bem’ só que de uns tempos para cá ele vinha tendo muito ciúme dela, achava que ela estava tendo um caso no trabalho, e eu dizia a ele que não, só que ele não tirou isso da cabeça”, relatou.