Um agricultor de 28 anos foi parar no hospital após o celular que ele tinha comprado há três meses explodir e atingir os olhos dele no município de Pedra Branca, no interior do Ceará.
O caso foi registrado no domingo (10), enquanto Leandro Brasil Silva estava almoçando com a família. Segundo o irmão dele, Lucivando Silva, o celular, um iPhone 8 Plus, não estava ligado à tomada no momento da explosão.
“O celular começou a inchar na mão dele. Ele foi tirar a capinha do celular para ver o que era, mas, antes de tirar a capinha, o celular explodiu e atingiu em cheio os olhos dele. Ele explodiu e pegou fogo ao mesmo tempo”, afirma em entrevista ao UOL.
Segundo Lucivando, a família socorreu o agricultor a um hospital do município. Por causa da seriedade do caso, ele foi encaminhado para a cidade de Fortaleza, a mais de 250 quilômetros de distância.
No local, após buscar por especialistas durante cinco horas, Leandro foi atendido por um especialista no Hospital Instituto Dr. José Frota. “O médico anestesiou, fez a limpeza, passou um medicamento e mandou ele de volta para casa. Hoje deveríamos retornar à capital, mas preferimos levar ele a uma clínica particular aqui do interior. No momento, o médico afirmou que as possibilidades de cirurgia foram descartadas”, diz Lucivando.
O olho direito de Leandro foi o mais atingido pela explosão. Segundo o irmão dele, o agricultor ficou com cerca de 80% da visão do olho esquerdo e apenas 20% do direito após o acidente. Agora, ele é assistido pela família e aplica medicações para tentar se recuperar.
“A gente tem que esperar. Está muito recente também. Temos que esperar para ver se a medicação evolui em algo. Vamos esperar daqui até lá e rezar muito para que tudo dê certo”, pontua Lucivando.
Segundo a família, Leandro pagou R$ 2,2 mil pelo telefone, vendido por uma loja virtual do município de Senador Pompeu.
A loja apontada pela família de Leandro como responsável pela venda do celular, a IF Acessórios, foi procurada pelo UOL. O proprietário, que não quis se identificar, informou que o aparelho era “de vitrine”, termo utilizado pelos lojistas para especificar telefones de segunda mão, mas sem qualquer marca de uso.
Segundo ele, o aparelho foi comprado por uma terceira pessoa no mês de março e a responsável pela compra procurou a loja para informar que a bateria do celular estava “acabando muito rápido”.
“Pedi para a compradora me enviar o aparelho, mas ela disse que iria vender, pois não tinha se acostumado com o modelo”, afirmou o lojista. Ele explicou que aparelhos “de vitrine” têm garantia de 90 dias dada pela loja, sem qualquer relação com a fabricante dos telefones.
“Neste domingo, outra jovem entrou em contato comigo relatando o problema [a explosão] e disse que queria ajuda. Me propus a ajudá-los, mas relatei que a minha responsabilidade sobre o aparelho não existia mais. Poderia ajudá-los como ser humano e por respeito à situação vivida no momento, mas, pelo que pude entender na conversa, eles queriam que eu me responsabilizasse pelo aparelho fora da garantia”, afirmou.
O UOL também procurou a Apple na tarde de hoje para saber se a empresa tem conhecimento desse tipo de risco em aparelhos mais antigos, mas, até o momento, não obteve resposta.