A horta comunitária do bairro Kadija existe há 37 anos, em um espaço cedido pela prefeitura de Vitória da Conquista. Com 18 metros de comprimento e 1,20 de largura, 130 leras, atualmente trabalham no local 30 pessoas, que plantam, colhem e vendem, diariamente, produtos frescos e sem agrotóxico para moradores do próprio bairro e de outras localidades.
Além de ceder o espaço, a Prefeitura apoia as hortas comunitária por meio da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), que tem atendido a horta do Kadija com a limpeza da área externa, fornecimento de insumos como esterco e terra preta, fornecimento de água de carro pipa quando falta água. “Nós estamos sempre em contato com as hortas comunitárias. “Recentemente, firmamos parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Sagri) para orientação técnica aos produtores”, explica a coordenadora de Segurança Alimentar e Nutricional, Karine Barros.
Ao procurar a horta do Kadija para comprar suas hortaliças você poderá encontrar Carlinda França da Silva, de 67 anos, que ajudou a fundar a horta e até hoje cuida de sua primeira lera no local. “Nós começamos aqui em 1984, minha filha mais velha tinha 4 anos, eu participei do mutirão de limpeza, cessei meu pedaço de terra e plantei minhas hortaliças. Nós éramos em quase 100 pessoas naquele dia. Graças a Deus, as plantas vingaram e estamos aqui até hoje”, conta Carlinda, enquanto mostra a sua horta, que tem um pouquinho de cada coisa e explica: “Tudo que planto eu vendo aqui mesmo, o cliente vem, escolhe o que quer levar, eu colho, entrego e o negócio está feito”.
Quem também ainda permanece por lá, desde a fundação é Adelaide do Amaral Sousa, de 61 anos, que tem em seu canteiro, hortaliças, flores e plantas do tipo suculentas. Adelaide conta que a horta para ela é ponto de encontro de amigos, um modo de viver a vida mais alegre. “Aqui é uma maravilha, aqui você planta, você come, você vende, você doa, é uma benção. Além de ser uma terapia, é um lugar que você se sente a vontade, conhece gente diferente” conta sorrindo e falando do privilégio de trabalhar ao lado de sua casa: “aqui é como se fosse o quintal da minha casa, pensa numa coisa que eu amo, é a minha alegria e de muita gente, as pessoas vem de longe pra poder comprar na nossa horta”.
Adelaide está certa, além dos moradores do bairro, a horta tem atraído clientes de todos os lugares da cidade, como Elizam Correia, que mora no Bairro Recreio e, sempre que dá, passa na horta nas manhãs de domingo. “Tem mais ou menos uns dois anos que compro na horta do Kadija. Mesmo sendo longe da minha casa, eu vou, porque os produtos são de qualidade e eu tenho o prazer de colher as hortaliças na hora. Também tenho prazer de conversar com as senhorinhas de lá”, declara Elizam
Secom
