Os golpistas que atentaram contra à sede dos Três Poderes em Brasília (DF) também planejavam enforcar e matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Foi o que revelou o ministro em entrevista ao jornal O Globo.
De acordo com o ministro, havia três planos. O primeiro deles era que no dia do ataque, um domingo, as forças especiais de Goiânia iriam até Moraes para prendê-lo e levá-lo até a cidade. O segundo plano envolvia homicídio. De acordo com o magistrado, “o segundo plano era, no meio do caminho para Goiânia, [as forças especiais] se livrariam do corpo. Aí não seria propriamente uma prisão, seria um homicídio”.
Na entrevista, Alexandre de Moraes revelou que uma terceira ideia tinha uma proposta mais radical, com o seu enforcamento em praça pública. “E a terceira [vertente], aí já eram os mais exaltados, defendiam que após o golpe eu deveria ser preso e enforcado aqui na praça dos Três Poderes”, revelou.
“Pra sentir o nível de agressividade, o nível de ódio dessas pessoas que não sabem diferenciar pessoa física da instituição, do cargo ocupado. Então, realmente houve o planejamento, a tentativa de planejamento, inclusive com a participação da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade realizar essa prisão”, detalhou.
Moraes, que é o relator das ações do 8 de janeiro no STF, afirmou não ter ficado surpreso com as conspirações contra a sua vida. “Quando eu fiquei sabendo disso, na verdade, tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Eu não poderia esperar de golpistas, criminosos, que não tivessem pretendendo algo nesse sentido, mas, também, como eu disse, mantive a tranquilidade. Eu tenho muitos processos para fazer para perder tempo com isso”.