Como o Blog do Sena noticiou com exclusividade, Felipe Santos Gusmão, um dos acusados de participação na morte de Sashira Camilly, foi solto por meio de um Habeas Corpus do Supremo Tribunal de Justiça, concedido pelo Ministro Messos Azulay Neto, nessa terça-feira (30).
Felipe Gusmão foi preso por o fazer a conexão da jovem com o autor do crime, o ex-namorado da vítima, Rafael Souza. Além disso, ele também é acusado de proporcionar o deslocamento do acusado Marco Vinícius para o local do crime. Sashira foi morta, com requintes de crueldade, no dia 5 de setembro de 2021, quando tinha apenas 19 anos.
O Blog do Sena teve acesso ao Habeas Corpus. No documento, a defesa de Filipe afirma que há ocorrência de “constrangimento ilegal diante da decretação de prisão preventiva. Segundo a defesa, “a própria acusação diz que Filipe não esteve presente no momento do homicídio e nem foi o autor intelectual do crime”. E solicitou revogação da prisão preventiva ou a substituição da custódia preventiva por medidas cautelares diversa.
O Ministro Messos Azulay Neto acatou o pedido da defesa e justificou afirmando que Felipe não foi o autor intelectual do crime e nem estava presente no momento do crime. Segundo o magistrado, ele não oferece risco. “Contudo, após as provas produzidas até o momento, se o réu Filipe participou do crime, sua conduta não demonstra a mesma periculosidade dos demais réus, na medida em que, em tese, não foi o autor intelectual do delito ou estava presente no momento da sua execução”, diz o ministro.
No documento, o Ministro reconheceu a gravidade do crime, mas afirmou, que, não há elementos para a prisão preventiva de Filipe Gusmão. “Por óbvio, não se está a minimizar a gravidade da conduta imputada ao paciente, porém há que se reconhecer que, uma vez ausentes os requisitos necessários para a prisão preventiva, sua manutenção caracterizaria verdadeira antecipação de pena”, diz outro trecho do documento.
Essa não é a primeira vez que Filipe Gusmão foi solto. No dia 30 de agosto de 2022, o acusado recebeu Habeas Corpus da Justiça , mas sete meses após, voltou para o Conjunto Penal. Após a decisão da justiça, que ocorreu exatamente no dia que Sashira completaria 21 anos, o pai da jovem, empresário Edilvânio Alves, mais conhecido como Seis Dedos, falou sobre a dor que sente.
“A dor hoje já seria imensurável, por não ter Sashira aqui com a gente, por ela ter tido sua vida ceifada ainda jovem, com 19 anos. Hoje nós temos esse presente, esse presente que a Justiça deu não só para a gente, mas para toda a sociedade, que é esse assassino, esse assassino de alta periculosidade, nas ruas. Parabéns para a Justiça!”, disse revoltado.
Apesar dos outros dois acusados ainda estarem presos, o ainda não foi realizado, quase dois anos após o crime que chocou a sociedade. O pai da jovem ainda revelou que não acredita mais na justiça. “Esses assassinos lincharam minha filha. A gente não acredita mais nessa Justiça. A gente fica abismado com uma coisa dessas. Menos de dois anos, a Justiça faz isso. Esses marginais nem foram julgados ainda. Esse foi o presente de aniversário da minha filha”, reforçou.