Na última sexta-feira (31), foi votada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 159/2020, que prevê uma reforma no regime de Previdência dos servidores estaduais. A votação transcorrer sob manifestações e muita confusão. Dentre os manifestantes estavam dezenas de policias, que entraram armados no plenário.
O que começou com xingamentos e ovos sendo lançados nos deputados que compunham a mesa do plenário da Assembleia Legislativa (Alba), terminou com agressão física e ameaça de morte. O deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) acabou se envolvendo na confusão e chegou a ser ameaçado de morte.
Em entrevista concedida ao jornalista Caíque Santos, o deputado deu sua versão dos acontecimentos e disse que se envolveu na discussão após ver uma arma ser apontada na cabeça de um dos deputados.
“Dezenas de policiais estavam na Assembleia com armas na cintura para mostrar para os deputados que eles estavam armados. Eles subiram para a galeria, o que é um direito, eles vaiaram a gente, xingaram, o que eu achei normal. Daqui a pouco, uma chuva de ovos, ovos que explodiam na cara dos deputados, até aí tudo tranquilo. Em uma segunda fase, os policiais arrombaram a porta de vidro da galeria, bateram nos seguranças da Assembleia, porque os nossos seguranças não usam armas, e invadiram o plenário. Quando invadiram o plenário, um agente penitenciário sacou uma ponto 40 na cabeça de um deputado. Quando eu vi aquilo, eu saí correndo e fui no enfrentamento dos caras, porque eles estavam com armas na cintura. Você observa que não eram servidores normais, eles estavam invadindo o parlamento e colocando armas na cabeça dos deputados. Eu fui na defesa do Estado Democrático de Direito”, relatou.
De acordo com Fabrício, um funcionário da ALBA relatou que ouviu três homens conversando sobre matar um deputado, para que servisse de exemplo para os outros. O deputado escolhido teria sido Fabrício Falcão. A ameaça foi levada à Justiça e o funcionário irá testemunhar no caso.
O parlamentar relembrou que já foi contra uma intervenção policial em uma invasão feita por professores na ALBA há cerca de 2 anos. Na época, ele chegou a ameaçar deixar o posto que ocupa na mesa diretora da Assembleia caso a intervenção policial fosse feita.