A saúde em Vitória da Conquista vem sendo alvo de críticas pela população ao longo do ano. Diante do problema, de um lado o Governo do Estado culpa a Prefeitura pela falta de atendimento na atenção básica. Em contra partida, a Prefeitura culpa o Governo do Estado por não conhecer a realidade do município e os motivos da superlotação dos hospitais.
Durante visita a cidade na última semana, o governador da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) disse que voltaria a Conquista para tratar o assunto, mas fez algumas críticas de forma indireta ao Governo Municipal. Em entrevista ao Blog do Sena nesta quinta-feira (16), o secretário Municipal de Saúde Vinicius Rodrigues combateu as críticas. De acordo com ele, a atenção básica na cidade está fortalecida e realizando mais atendimentos.
“Eu acho que há uma confusão geral em relação a esses números quando a gente ver um gestor vim a Vitória da Conquista e tratar a atenção básica dessa forma mostra que de fato ele não avaliou os números da atenção básica. A atenção básica de Conquista está fortalecida, aumentou o atendimento consideravelmente, de forma consistente. A gente faz hoje, com relação ao ano passado, cerca de 1800 atendimentos a mais na atenção básica por mês”, explicou Rodrigues.
Situações de hospitais lotados na emergência e urgência foram registradas em Vitória da Conquista. Para o secretario de Saúde, é necessário analisar os perfis dos pacientes que estão lotando o hospital para entender a situação. Segundo ele, são pacientes de média e alta complexidade e não da atenção básica.
“Então quando a gente fala dessa situação de hospitais lotados, a gente que ver o perfil de quem está lotando os hospitais. E o perfil de quem lota o hospital internado não é paciente que é atendido em atenção básica, quem lota hospital internado é paciente de média e alta complexidade, paciente com PCA grave, acidente de carro com diversas fraturas, as situações vasculares, câncer, enfim”, pontuou Rodrigues.
Outra situação apontada pelo secretário é que os atendimentos médicos na emergência e urgência estão sendo realizados em hospitais que são geridos pelo próprio município. Ele explicou que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) reduziu os atendimentos devido a reforma e os paciente, inclusive de outras cidades, estão indo para os hospitais que são mantido pelo Governo Municipal, como Hospital São Vicente de Paulo e Unimec.
“Quando a gente fala de porta de entrada de atendimento de urgência e emergência em Vitória da Conquista, nós temos a porta de entrada a UPA, que restringiu os seus atendimentos por conta de uma reforma que ainda não acabou; a gente tem a porta do Hospital de Base que não é completamente aberta, ela é parcialmente regulada; a gente tem a porta do São Vicente que é gerenciada pelo Município; a porta do Unimec que é administrada pelo Município”, disse Rodrigues.
Além desses hospitais, o secretário ainda lembrou do Hospital Esaú Matos que realiza partos e internações de bebês recém-nascidos. Ele ressalta que a unidade é gerida com os recursos do Município e também realiza atendimentos de diversas outras cidades que são conveniadas ou não.
“Temos ainda, que ninguém comenta isso, uma maternidade de atendimento estadual, que é isso que a gente faz, a gente atende a macro região de compactuados e não compactuados, mais de 100 municípios dão atendido no Esaú Matos. Nós fazemos 32% de partos de alta complexidade do Estado da Bahia, com recurso municipal”, enfatizou Rodrigues.
Para resolver a situação da superlotação dos hospitais em Vitória da Conquista, o secretário Municipal de Saúde afirmou que está aberto para o diálogo com o Governo do Estado. Ele acredita que juntos e sem politicagem solução será encontrada.
“Eu estou aberto a discussão técnica, sem politicagem, discussão técnica com o Governo do Estado, com o governador, com a nossa secretaria para que a gente possa procurar caminhos em conjunto para melhorar a questão de urgência e emergência no sudoeste da Bahia. E tem que lembrar que os municípios circunvizinhos estão diminuindo os seus serviços de saúde por conta da redução do FPM. Então esses pacientes estão vindo para Vitória da Conquista buscar atendimento também. Então, Vitória da Conquista por ser polo sofre, do ponto de vista de atendimento, sobrecarrega suas emergências e não dá para depositar a culpa na atenção básica, isso aí é um discurso vazio, discurso político de quem não ver os dados reais da atenção básica de Vitória da Conquista”, declarou Rodrigues.