Desde que a Viação Vitória declarou falência e deixou de operar na cidade, e que a Cidade Verde foi obrigada a suspender as atividades em 2020, o transporte coletivo de Vitória da Conquista passou a ser operado por meio de contratos emergenciais. O valor que o município vem desembolsando com as duas empresas causou muita polêmica e críticas.
Recentemente, a Prefeitura diminuiu o preço da passagem para que a população tivesse algum alívio no orçamento diante da crise econômica do período pós-pandemia. Na última semana, foi anunciado que a tarifa voltaria ao valor original, em decorrência da realização de uma licitação para a contratação de novas empresas para operar o transporte coletivo urbano.
Em entrevista ao Blog do Sena nesta sexta-feira (03), o coordenador municipal de transporte, Sérgio Hubner, fez uma avaliação da capacidade do transporte coletivo municipal.
”O sistema é muito promissor. Existem duas tarifas, uma que sustenta o sistema e a que cabe no bolso de quem paga a tarifa, esse hiato é o subsídio. O sistema quantitativamente tem mais passageiros do que a média nacional. O transporte coletivo não é um favor, é um dever, um dever, e esse dever é do poder público de qualquer lugar do país e do mundo. Eu sou contra essa visão de que o transporte público não pode ter monopólio, esse monopólio é do município. Por que ficar falando que o transporte público precisa ter 10, 15 empresas operando. Se for assim, temos que ter 10,15 empresas operando a rede de luz, de água”, comparou.
Com a abertura de uma nova licitação, existe agora a interrogação de como esse processo irá correr. Diante dos problemas já apresentados, existe o questionamento de quantas empresas se interessarão pela operação do transporte coletivo conquistense. Hubner aposta em uma licitação cheia.
“A gente não tem a opção de que a licitação seja deserta. Para isso, nós tomamos uma série de medidas para que ela seja atrativa para o investidor. Eu acredito que Vitória da Conquista já experimentou tudo o que tinha para experimentar em termos de transporte público. A cidade já aprendeu. Tudo na vida tem que ter lucro. Não adianta querer quebrar essa máxima, porque as empresas vão quebrando, vão embora, e a cidade fica naquela montanha-russa, trocando de empresas”, avaliou.
O coordenador aproveitou mais uma vez para defender o subsídio municipal. “Quanto custa o quilômetro em trinta dias? Variou o diesel, variou o pneu, calcula aquilo ali, acha quanto custou para gerenciar o sistema, quanto o sistema arrecadou, o que faltar o município subsidia. Quando você divide isso pelo número de vidas, vidas que são as primeiras a acordar, isso dá centavos, afirmou.
Acerca do transporte clandestino, Hubner afirmou que é uma situação que precisa ser resolvida até mesmo para diminuir a margem de subsídio que o município precisará custear. “As pessoas naquela tentativa de sobreviver, nessas busca, elas não consultam o sistema competente, elas iniciam uma atividade, seja o transporte coletivo de passageiros ou outro modais. Tendo mais passageiros a bordo eu não vou precisar subsidiar ou vou ter que subsidiar menos. Então, é uma situação que precisa ser resolvida”, ponderou.