Desde 2017 o serviço de transporte escolar rural de Vitória da Conquista vem apresentando deficiências. A situação se agravou neste ano, e cerca de 108 unidades escolares estão sem aula há quase um mês. A prefeitura alega problemas na licitação e sugere que há complô entre as empresas para não participarem do processo licitatório. O Blog do Sena conversou com o ex-secretário de municipal de educação e atual presidente da comissão de educação da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, o vereador Coriolano Moares (PT). Cori apontou problemas técnicos na licitação em curso e criticou a falta de planejamento e gestão do Governo Herzem.
Segundo Cori é evidente a falta de planejamento e gestão da prefeitura. “Quando se faz uma licitação tem que pensar tecnicamente sua viabilidade. Quando se cria dificuldade técnica, você chega ao que estamos vendo: no meio do ano, os alunos sem a garantida do seu direito constitucional que é o transporte escolar”, disse.
O vereador questionou a quantidade de lotes da atual licitação. “Não entendi o porquê 288 lotes. Isso é fatiar demais o processo”, opinou. “Em uma escola que funciona os três turnos, você pode abrir os três roteiros (matutino, vespertino e noturno) para um lote só. Se não corre o risco de uma empresa ganhar de manhã, a tarde a licitação deserta e a noite outra empresa ganhar”, explicou.
A prefeitura precisa assumir a culpa – Recentemente, a crise do transporte escolar em Conquista ganhou projeção estadual e nacional após matéria do Jornal A Tarde denunciando a situação. Em nota à imprensa, a prefeitura municipal responsabilizou a gestão passada, ex-secretários e até mesmo sugeriu que as empresas de transporte estariam fazendo complô para não participar da licitação porque são ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Cori comentou também sobre os argumentos do Governo Herzem e afirmou que “a prefeitura precisa parar de buscar culpados para os problemas que eles criaram”.
“Não adianta o prefeito querer jogar a culpa em vereador que foi secretário. Vou responder por mim, de 2009 a 2012. Fizemos uma licitação em 2010, em 2011, e deixamos o processo licitatório ponto em 2012, só não fizemos porque era um período de transição, mesmo com o prefeito Guilherme reeleito tinha que fazer a transição de equipe. No início de 2013 a licitação foi feita”, contou.
O vereador diz que também “não adianta querer culpar as empresas dizendo que há complô”. “Qual o pai de família que vai querer ficar um ano em meio sem trabalhar, ficar sem renda, por conta de questões política partidas?”, questionou.
” Já são dois ano e meio de Governo. Não tem justificativa que querer culpar governo anterior. Não tem justificativa de querer ficar buscando quem cometeu erro a ou b”, disse. “Comprometer o ano letivo da forma que estão fazendo, vai comprometer também o aprendizado do aluno e todo o governo”, frisou.