No último sábado (8), um terreiro de candomblé localizado no bairro Olho da Água, em Brumado, foi alvo de um ataque violento que envolveu disparos de arma de fogo e pedradas. As informações foram divulgadas pelo programa Bahia Meio Dia, da TV Sudoeste. A polícia está investigando o caso, mas ainda não possui suspeitos identificados.
Durante a madrugada de sábado, o terreiro estava realizando um ritual religioso com a presença de filhos de santo e outros membros que participavam de iniciações religiosas. O ataque aconteceu enquanto estavam recolhidos no local. Os frequentadores foram surpreendidos pelos disparos de arma de fogo, que deixaram marcas na porta do terreiro, além de pedradas que atingiram o telhado, danificando várias telhas.
Inicialmente, os presentes confundiram os barulhos com fogos de artifício ou comemorações relacionadas ao período junino. Somente pela manhã, ao saírem do terreiro, perceberam as marcas de tiros nas portas e os danos nas telhas. O Babalorixá, Pai Ivo de Oyá, responsável pelo terreiro, registrou um boletim de ocorrência e manifestou preocupação com a segurança dos membros da comunidade religiosa e de todos aqueles que frequentam o local.
Em um vídeo, Pai Ivo de Oyá pediu por justiça e expressou o desejo de que esse tipo de situação não se repita mais, não apenas em Brumado, mas em todo o Brasil. Ele ressaltou a importância de respeitar todas as religiões e crenças, destacando que as religiões de matriz africana são frequentemente alvo de intolerância religiosa e racismo religioso.
O boletim de ocorrência foi registrado por Pai Ivo de Oyá na Delegacia Territorial de Brumado, e o caso está sendo investigado pela 20ª Coorpin. A Delegacia de Polícia Técnica realizou a perícia no local do ataque e agora busca identificar a autoria do crime. A polícia ainda não confirmou se considerará o ataque como um crime de intolerância religiosa ou racismo religioso.
Este incidente representa mais um caso de ataque a terreiros de candomblé, o que evidencia a necessidade de combater a intolerância religiosa e o racismo religioso enfrentados pelas religiões de matriz africana. A esperança é que a justiça seja feita, que o autor ou autores sejam identificados e responsabilizados por seus atos, garantindo assim a segurança e a paz para todos os praticantes dessa fé.
