O Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP) e os professores realizarão amanhã, 1, uma paralisação para manter o plano de carreira e para denunciar as manobras realizadas pela gestão Sheila Lemos (UB) que visam evitar o reajuste do piso salarial da categoria. As atividades nas escolas municipais serão paralisadas nos três turnos e haverá uma assembleia à tarde, seguida por uma caminhada da categoria até a porta da prefeitura em forma de protesto. O SIMMP também convida os pais e a comunidade para participarem das atividades.
Em entrevista à Rádio Brasil nesta quarta-feira, dia 31, a vice-presidente do SIMMP, Greissy Reis, relembrou as propostas da prefeitura que representam um retrocesso para os professores municipais. Inicialmente, foi proposto zerar a diferença percentual entre os níveis médio e superior, e depois apresentou-se outra proposta de reduzir o interstício de nível, que corresponde a 8,98% do salário desses profissionais, para 3%.
O sindicato também destaca a contradição da prefeitura ao adotar medidas que vão contra as diretrizes do plano municipal de educação para valorização dos professores, ao mesmo tempo em que há aumentos nos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e de Valorização dos Profissionais da Educação, que totalizaram 14,95%, e nos valores arrecadados com impostos, como a nova taxa de lixo e o aumento do IPTU. É importante ressaltar que 28% da arrecadação de impostos municipais devem ser destinados à educação.
A vice-presidente do SIMMP, reforçou o apelo da categoria: “Eu nunca ouvi dizer que se reduz salário. Dentro de seis anos, nós tivemos uma queda livre na nossa remuneração em 6%. É algo muito grave o que está acontecendo com os professores municipais, nunca houve uma perda tão grande. Hoje nós temos mais de 50% dos professores recebendo valores abaixo do piso salarial. Desde janeiro os repasses entram nos cofres municipais três vezes por mês e nós ainda não vimos a cor desse recurso no nosso salário”.
O sindicato ainda aponta que dos recursos recebidos pelo município para a educação, há obrigatoriedade de uso de pelo menos 60% para salários. “Onde está o dinheiro do professor? O que o governo municipal está fazendo com esse recurso?”, indagou Greissy Reis.
Ontem, 30, ocorreu um protesto em frente à prefeitura, com a participação de mais de 400 professores exigindo uma proposta mais favorável para a categoria, porém a gestão municipal se manteve inflexível.