Nesta terça-feira (6), o Sindicato do Magistério Municipal de Vitória da Conquista (Simm) realizou mais uma manifestação em prol do cumprimento da Lei Nacional do Piso e do plano de carreira. Em protesto, os professores estenderam os diplomas acadêmicos em um varal, na Praça Vitor Brito, Centro, e logo em seguida saíram em caminhada pelas ruas.
O ato simbólico foi uma forma de chamar atenção da população para a falta de valorização dos professores que buscam cada vez mais conhecimento e capacitação. Em entrevista ao Blog do Sena, a presidente do Simmp, Elenilda Ramos, afirmou que o Governo Municipal não valoriza quem estuda.
“Esse varal é para mostrar para a sociedade, expor os nossos diplomas, dizer que a gente estudou, que os professores de Vitória da Conquista se capacitam para estar melhorando a sua capacidade de ensino, mas ele não é valorizado. Aqui nesse varal nós temos diplomas de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado. E esses diplomas para a prefeita não valem de nada. O Governo Municipal desvaloriza quem estuda, quem se qualifica para dar uma educação de qualidade para as nossas crianças”, declarou Ramos.
Segundo a presidente do Simmp, a forma como a prefeita Sheila Lemos (União Brasil) estar agindo, mostra para a população e para os estudantes, que estudar não vale à pena.
“Isso que estão fazendo com o professor é dizer que não vale a pena estudar, as nossas crianças ficam desmotivadas por que entendem que a nossa luta está sendo em vão, uma vez que a prefeita não valoriza o profissional que estuda, então desmotiva até as nossas crianças. A gente pede ao pais que entenda que nós não queremos greve, não queremos paralisações, quem quer isso é a prefeita quando ela não valoriza o tempo de serviço do professor, quando ela não deixa a nossa porcentagem de nível”, disse Ramos.
De acordo com Elenilda, a luta da categoria é a manutenção da valorização do plano de carreira do professor. Segundo ela, anteriormente o profissional tinha 13,25% de incentivo para as capacitações que realizava ao longo da carreira. Mas, ela explica que, durante o governo de Sheila Lemos, esse incentivo já caiu várias vezes e chegou a zero. E acusa a gestora de retirar direitos da categoria já conquistados.
“O professor tem dois níveis: o nível 1 é para quem fez só o ensino médio, o nível 2 é para quem subiu o degrau a mais, estudou e fez uma graduação, mestrado ou doutorado, estão todos no nível 2. Então, estão retirando de nós um incentivo que a gente já tinha, que era de 13,25%, caiu para zero e depois voltou para 8%, depois foi para 3%. Com a luta conseguimos que devolvesse para a gente pelo menos 8,98% no ano de 2021. E quando foi 2022 baixou novamente para 3% esse incentivo. No final do ano devolveu os 8,98% e está assim, um boomerang. Esse governo é o governo do boomerang, não tem como a gente dá uma credibilidade para um governo que descredibiliza o professor”, explicou.
Segundo a presidente do Simmp, a luta é para que a atual gestão do Governo Municipal mantenha, pelo menos, o incentivo de 8,98%. Como as negociações não estão avançando, Elenilda ressalta a importância da categoria continuar mobilizada
“Este ano quis tirar novamente o nosso incentivo de estudo que é os 8,98% para zero. Aí, a gente fez as nossas paralisações, nós fomos para rua novamente e conseguimos que não tirasse tudo. Aí, ela disse que deu um reajuste de 3%. Mas, na verdade, dos 8%, ela deixou 3%. E aí, a gente não aceita, a gente quer o que a gente já tinha. Se tirar os 8%, a gente estar perdendo dinheiro aí, por ano, tem gente que está perdendo R$500, R$100, R%300, e até R$1.000 com essa retirada de direitos. O professor precisa desse dinheiro. A prefeita estar conduzindo esse governo com ataques ao professor e não tem condições da gente evoluir e por isso a nossa luta”, finalizou.
