Em uma votação realizada nesta sexta-feira (15), a Câmara Municipal de Vitória da Conquista aprovou a redução de 16% no orçamento destinado à educação para o ano de 2024, totalizando uma subtração de cerca de R$72 milhões. A medida, proposta pela prefeita Prefeitura Municipal de Conquista, gerou polêmica e indignação, especialmente entre os profissionais da educação e sindicatos. O orçamento terá um aumento global de mais de R$300 milhões em relação ao ano de 2023.
Durante a sessão, o vereador delegado Marcus Vinícius (PODE) propôs uma emenda ao orçamento, buscando recompor a verba destinada à educação retirada pelo Executivo. A emenda retirava parte dos recursos destinados à infraestrutura, como asfalto e obras na cidade, e direcionava para a educação. No entanto, uma manobra da mesa diretora da Câmara acabou retirando a emenda de destaque, mantendo assim a redução proposta da PMVC.
A presidente do Simmp (Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista), Elenilda Ramos, manifestou seu descontentamento em entrevista ao Blog do Sena. Em suas palavras, ela destacou a importância de investir na educação e expressou sua preocupação com as condições precárias das escolas, especialmente em meio ao calor que castiga a população e aos alunos.
Elenilda Ramos, em seu desabafo, afirmou: “É inadmissível que se tire verba da educação, seja lá para qual justificativa for. A educação no município precisa de mais investimentos. Hoje aqui na Câmara houve um teatro, vereador, chegaram a sugerir que estamos querendo tirar dinheiro do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento) que será aplicado com pavimentação, colocando a sociedade contra a educação, contra os próprios filhos. Isso é injusto, é mentiroso, é engodo, não podemos aceitar isso, não compactuamos com isso”.
A votação, conduzida de maneira rápida e sem espaço para discussão, resultou na manutenção da redução no orçamento da educação para o próximo ano. A presidente do Simmp conclamou a sociedade a ficar alerta e avaliar as ações dos políticos envolvidos na votação, indicando a necessidade de escolher representantes comprometidos com a educação.
A bancada de situação, em conjunto com a mesa diretora da Câmara, justificou a não inclusão da emenda como um “erro técnico”. O vereador Marcus Vinícius, presidente da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final, lamentou a condução da votação e expressou sua insatisfação com a forma como os trabalhos estão sendo conduzidos pela Câmara Municipal de Vereadores de Vitória da Conquista.
O vereador Marcus Vinícius enfatizou ainda que a mobilização da sociedade é fundamental para reverter essa decisão e manter o investimento necessário na área educacional.
