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“Conseguiram tirar a nossa paz, foi muito desrespeitoso”, diz Pai Loro após sofrer intolerância religiosa

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Foto: reprodução/ TV Uesb

Um Terreiro de Candomblé foi vítima de intolerância religiosa, em Vitória da Conquista. O caso aconteceu na última segunda-feira (24), quando o terreiro,  localizado no bairro Brasil, realizava atividades preparatórias para um festejo. 

Em entrevista a TV Uesb, o babalorixá, Pai Loro, informou que por volta das 20h30 um homem acompanhado por uma mulher e uma criança parou o carro de som em frente ao terreiro e fez falas agressivas contra a religião. Toda situação foi gravada.

“ A situação foi super difícil, conseguiram tirar a nossa paz, foi muito desrespeitoso. A gente estava em ritual, ele quebrou até o clima, a harmonia da ritualística, e é super desrespeitoso”, disse Pai Loro. 

A situação durou em torno de 1h30 e a Polícia Militar foi acionada, mas nenhuma viatura foi até o local. “Tomou uma proporção tão grande, a vizinhança saiu toda, inclusive eu tenho um vizinho aqui do lado que é evangélico e foi super favorável a situação, a meu favor. Ele falou que aquilo não é doutrina religiosa, não é uma pessoa que tem um entendimento religioso, é simplesmente um fanatismo e até perigoso. Em cima disso a gente chamou a polícia, temendo ele partir para agressão, machucar alguém, ou qualquer coisa acontecer, mas infelizmente nesse período de 1h30 a polícia não apareceu”, contou Pai Loro. 

Ainda de acordo com a reportagem da TV Uesb, o agressor foi identificado por meio da placa do carro que estava no momento e o Pai Loro registrou um boletim de ocorrência no Disep. 

A intolerância religiosa é crime com pena de prisão de 1  até 3 anos e multa. Segundo o advogado Guilherme Ribeiro, casos como esse têm crescido em Vitória da Conquista. “ Nós temos percebido um aumento considerável nos casos de intolerância religiosa que infelizmente tem seguido a tendência nacional e também do estado da Bahia. Isso se deve muito pela falta de apuração desses casos e sobretudo ao racismo institucional que muitas vezes não colhe as denúncias que os representantes das religiões de matrizes africanas têm feito”, explicou o advogado. 

Assista a seguir a reportagem do jornalista Gabriel Pires, da TV Uesb, na íntegra:


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