Blog do Sena – Vitória da Conquista- Bahia

Conquista: “Você vê as pessoas chorando pela necessidade de água”, diz coordenadora de Abastecimento que também denuncia abandono de adutora que custou R$16 milhões

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A situação da falta de água na zona rural de Vitória da Conquista tem sido motivo de muito desespero e clamor por ajuda dos moradores das diversas localidades. Sem chuva, a situação vem piorando. A situação foi relatada pelo Blog do Sena e demais veículos de comunicação da cidade.

Em entrevista ao programa Redação Brasil, nesta segunda-feira (23), a coordenadora  de Abastecimento Municipal, Joana Darck, falou sobre a situação. De acordo com ela, as distâncias de alguns povoados são grandes, em relação ao Centro da cidade, e além de carro-pipas, a Prefeitura precisa abastecer diariamente outros equipamentos como as cisternas.

“Tem dia que nós andamos dentro da zona rural, eu e o Bruno, que é o gerente, nós fazemos 450 quilômetros num dia dentro da zona rural, porque nós não temos só o carro-pipa. Às vezes as pessoas falam assim: ah, a coordenação de abastecimento de água e aí, se olha só nos carros-pipas, e não é pipa só. Nós somos responsáveis pelas cisternas, somos responsáveis pelas aguadas, pelo sistema simplificado todo, os poços artesianos, as lagoas e as nascentes, as nascentes que são do sistema simplificado”, explicou Darck

De acordo com a coordenadora de Abastecimento, atualmente são 10 carros-pipas para realizar o abastecimento de toda a zona rural. Segundo ela, são mais de 70 mil pessoas. “10 carros pipas ficam à disposição da coordenação. Estamos fazendo o censo agora, a nossa prefeita Sheila se sensibilizou com a situação da zona rural, até porque se acusava que nos povoados da zona rural teriam 12 mil habitantes e não tem isso. Eu acredito , eu creio no meu achar, que temos mais de 70 mil habitantes na zona rural. E acredito também que nós ultrapassamos 400 povoados”, declarou Darck.

Joana Darck reconheceu que a situação da falta de água na zona rural de Vitória da Conquista é grave e listou os problemas. “Nós estamos assim com uma crise gravíssima. Primeiro lugar, porque não chove e aí só Deus para ter misericórdia de nós e da menção a essa situação. Porque enquanto não chover, vamos ficar na mesma situação. Porque o nosso lençol está seco, a verdade é essa”, contou.

A água que abastece a zona rural é da Embasa, Segundo Joana Darck, nesse novo contrato entre a Prefeitura e a empresa por mais 20 anos, o governo municipal paga uma taxa. “A prefeitura, antes desse novo contrato, pagava para a Embasa. Mas, agora, a prefeitura tem um contrato com a Embasa, esse contrato renovado,  tem uma taxa ainda que se paga. E abastecemos ali na saída da Barra, o abastecimento é lá”, contou.

Com a falta de chuva, a Prefeitura está precisando abastecer localidades que tinham água através de poços artesianos, já que estão secos, como é o caso dos Distritos de Cercadinho e Veredinha, segundo informou a coordenadora. Durante a entrevista, ela também denunciou o abandono de uma adutora construída para captar água do Rio Pardo, no valor de R$16 milhões. Ela afirmou que as pessoas estão chorando pela falta de água e que o equipamento poderia resolver o problema. 

“Algo que me chamou muita atenção, que às vezes fica escondido, que ninguém fala, que ninguém toca no assunto, e eu viajando muito na zona rural, eu encontrei um sistema para lá de Cercadinho, uma adutora abandonada onde se gastou R$16 milhões, trazendo água do Rio Pardo, próximo dos assentamentos. Tem oito assentamentos nesta localidade que o Arizona, o Olho D’água, são muitos. E se você ver a obra do governo federal que está abandonada , você dói o coração. Você vê as pessoas chorando pela necessidade de água, você ver aquelas pessoas ali necessitando e nós temos que abastecer aquelas região todinha, inclusive os oito assentamentos, e o povo com uma obra tão grande, tão imensa daquele jeito, onde se gastaram R$16 milhões e ficou abandonado. Uma adutora trazendo água do Rio Pardo que poderia, além de resolver o problema dos oito assentamentos, também ali de cercadinho, de Veredinha, de Inhobim, daquelas regiões todas”, finalizou

 


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