O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (26) o julgamento do processo que pode tornar o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, em relação aos atos golpistas do 8 de janeiro. O assunto é o mais comentado na política nacional e aguardado com grande ansiedade.
Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, alguns vereadores aproveitaram para citar o julgamento. Além do caso em si, entre os apoiadores bolsonaristas as críticas foram direcionadas ao STF e também ao presidente do Supremo, o ministro Alexandre de Moraes.
O vereador Nelson de Vivi (PSDB) adotou o discurso bíblico para tentar embasar sua fala e afirmou que Moraes seria acusado por homicídio por uma suposta morte ocorrida entre os presos do 8 de janeiro. O vereador ainda citou o caso do empresário Clériston Pereira, que morreu no Complexo da Papuda, onde estava após ser preso durante os atos golpistas.
”O juiz Alexandre de Moraes já está sendo investigado e parece que vai ser condenado, porque nós temos essa notícia aqui. O Clezão, ele matou o rapaz já penitenciária sem o devido processo legal. Eu acho que ele vai ser condenado sob o quesito da questão dos direitos humanos”, afirmou de forma desconexa.
Ainda adotando o discurso messiânico, ele fez mais uma série de acusações contra o ministro e contra o STF. “Ele nesse processo contra o Bolsonaro ele é a vítima, é o acusador, é o juiz que vai dar a sentença. Isso para qualquer um, mesmo para mim que não sou do direito, a gente sabe que não existe isso. Por isso existe a divisão das leis, as divisões dos fazeres, para que um só não tenha o poder absoluto de ser vítima, acusador e julgador. Então, a gente vê a desonestidade desse tribunal”, afirmou.
O edil foi além no discurso pró Bolsonaro e alegou que “têm pessoas que querem condenar esse justo. O presidente Bolsonaro foi o presidente que não roubou e não deixou roubar, por isso a esquerda não quer aceitá-lo no poder, esse é o problema”, disse sob vaias e manifestação contrária dos presentes no plenário.
Nelson se mostrou ainda confiante em um possível vitória de Bolsonaro no próximo ano. “Este tribunal está fazendo política para tirar o Bolsonaro de disputar as eleições ano que vem, porque sabe que já é certa a sua vitória”, disse, ignorando o fato de o ex-presidente já estar inelegível por 8 anos, independente da nova decisão que discorre sobre sua elegibilidade.
