Mesmo com 58,83% dos votos no primeiro turno da eleição municipal de Vitória da Conquista, a atual prefeita Sheila Lemos (União Brasil) ainda não pode ser oficialmente declarada eleita. A prefeita enfrenta um processo de inelegibilidade, mas entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a decisão.
Em coletiva após o resultado das urnas, Sheila ressaltou a confiança no seu projeto e o apoio recebido nas ruas: “58,83% dos conquistenses votaram no projeto. Então, nós protocolamos um recurso hoje no TSE. Vamos aguardar esse resultado para a gente poder decretar minha eleição. Mas sabemos que temos um processo pela frente, que vamos enfrentar. Nós fomos às ruas, mostramos esse projeto, a população confiou nesse projeto, votou, foi referendado pelo povo, agora é com o jurídico”, declarou.
A vitória está sub judice devido à decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), que indeferiu sua candidatura no último dia 16 de setembro.
A questão judicial gira em torno de um suposto terceiro mandato consecutivo da mesma família, o que violaria a legislação eleitoral. Irma Lemos, mãe de Sheila, foi vice-prefeita entre 2017 e 2020, e ocupou a prefeitura interinamente em 2020, após o então prefeito Herzem Gusmão, reeleito naquele ano, ser internado devido à Covid-19.
Com a morte de Herzem em março de 2021, Sheila, que era sua vice, assumiu o cargo de forma definitiva. A oposição alega que a atual prefeita estaria, assim, exercendo o terceiro mandato consecutivo da mesma família.
O Tribunal Superior Eleitoral ainda não definiu uma data para o julgamento do recurso. Até lá, os votos de Sheila continuam como “anulados sub judice”, e o futuro político de Vitória da Conquista segue indefinido.