Conforme divulgado pelo Blog do Sena e amplamente repercutido pelos órgãos de imprensa, jornalistas que compunham o quadro de profissionais do Surte (Sistema Uesb de Rádio e TV Educativas) acusaram a instituição de assédio moral.
Nesta quinta-feira (16), o programa jornalístico Bahia Meio-Dia, da TV Sudoeste, divulgou novos relatos, nos quais os comunicadores detalham os casos que levaram à denúncia.
Em entrevista veiculada pela reportagem, uma das vítimas, que preferiu não se identificar, afirmou que foi diagnosticada com transtorno de stress pós-traumático após as situações denunciadas.
Ela revelou ainda que teve “sua privacidade invadida e desrespeitada” De acordo com a vítima, ela percebeu que tinha esquecido o WhatsApp aberto em um computador em que trabalhava. Suas conversas foram lidas e divulgadas por chefes imediatos e também colegas de trabalho. Mesmo diante do constrangimento, ela foi demitida.
Segundo essa jornalista, depois de ter expostas as conversas profissionais e pessoais, perfis fakes começaram a atacar a vítima com ofensas. Os donos desses perfis enviaram mensagem para ela e suas amigas, “questionando, sugerindo e também inventando coisas da minha vida para me prejudicar”. Ela prestou queixa na Polícia Civil.
Uma outra vítima diz que só não foi demitida porque é concursada, mas foi transferida para outro setor sem nenhuma explicação. “Fui abordada pelo meu diretor, que me convidou para uma reunião com mais dois coordenadores e nessa reunião ele me informava que eu seria transferida para um outro setor da universidade”, relatou.
A vítima diz que o assédio moral era uma prática comum no ambiente de trabalho. “Não concordar com opiniões e decisões superiores era motivo de punição. A gente começou a perceber que as nossas vozes também estavam começando a ser silenciadas lá dentro”.
Uma terceira vítima, que trabalhava no Surte, diz que o assédio moral tem se caracterizado por tipos de tratamento e privilégios. A vítima apresentou atestado médico por três dias e mesmo assim teve quase todo mês de trabalho desse contrato.
De acordo com a vítima, “Minha mãe teve que ser internada em Itambé e, para melhorar o seu quadro, comuniquei a eles que eu iria acompanhá-la nesse período, ficando ausente de segunda a quarta-feira. No dia do retorno; chamei o professor para apresentar a situação, mas ele me informou que ia me dar falta por uma questão de justiça, enquanto a outras pessoas era concedido o direito de se afastar”.
Depois das denúncias de assédio moral dos jornalistas que trabalhavam no Sistema Uesb de Rádio e TV Educativas e também da Assessoria de Comunicação da instituição, o Sindicato dos Jornalistas da Bahia cobrou providências da reitoria e denunciaram também no Ministério Público do Trabalho.