Os professores municipais de Vitória da Conquista aprovaram indicativo de greve nesta quinta-feira (8). A decisão foi tomada após Assembleia Geral Extraordinária Virtual e votaram um indicativo de greve da categoria, para enviar à Prefeitura Municipal.
A informação foi divulgada no site oficial do Sindicado Municipal Magistério Público de Vitória da Conuqista (Simmp). De acordo com o sindicato, a motivação aconteceu após o decreto publicado pela Prefeitura autorizando as aulas presenciais.
“O decreto publicado pela Prefeitura, autorizando as aulas presenciais, convergiu a opinião contrária da categoria. O Retorno às aulas presenciais vai causar um impacto muito grande na sociedade. Além de professores e estudantes, envolve famílias, transporte público e toda a comunidade. Inclusive a sociedade deveria ter sido consultada. Não é uma questão que a prefeita pode simplesmente baixar um decreto”, resumiu a professora Greissy Leoncio Reis, vice-presidente do Sindicato do Magistério Municipal Público”.
O SIMMP também destacou a opinião dos professores sobre o assunto. “Essa movimentação na cidade vai facilitar o surgimento de novas cepas do vírus e diminuir a eficiência das vacinas”, acrescentou o professor Eduardo Nunes Modesto.
Já a professora Marileide Pacheco, diretora de Assuntos Jurídicos do Simmp, denunciou a falta de estrutura das escolas, realidade conhecida pelos professores desde antes da pandemia. “Nós fomos às escolas e elas não foram adequadas ao retorno. Apenas em uma delas foi instalada uma pia pequena. Somos a favor de voltar, mas com segurança à vida”, relatou.
A presidente do Simmp, Elenilda Ramos, ressaltou que a categoria deseja voltar para as salas de aulas, mas destaca que não é o momento certo. ““Nós professores queremos voltar ao ensino presencial, sim, porque entendemos a importância disso. Contudo, este não é o momento. Nós precisamos participar das discussões sobre o momento adequado, uma vez que os profissionais de educação ainda não tomaram a segunda dose da vacina. Muitos não tomaram nem a primeira” disse.
Ainda de acordo com o Simmp, o indicativo de greve significa que os professores estão mobilizados para que essa situação arbitrária seja alterada. Caso não sejam ouvidos, uma nova assembleia será convocada para votação sobre a realização ou não de uma greve.
Além disso, o sindicato também informou que outras medidas foram demandadas pelos profissionais, como enquetes com os diretores das escolas para levantamento da real estrutura; acionar a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, a OAB, o Ministério Público do Trabalho e o Conselho de Saúde; cobrar da Prefeitura o plano de contingência em caso de aumento dos casos, quanto ao protocolo de segurança do transporte público e quanto ao fornecimento de EPI’s, entre muitas outras ações imprescindíveis antes de um efetivo retorno.
Por fim, o Simmp informou que também está realizando uma pesquisa entre os professores para definir o perfil da categoria em relação ao Covid-19: quantos têm doenças prévias, quem já foi contaminado, se apresentam sequelas, como se sentem psicologicamente em relação à pandemia, entre outros itens.