Na manhã desta sexta-feira (25), um protesto foi realizado por adeptos de religiões de matriz africana na Praça 9 de Novembro, no Centro de Vitória da Conquista.
O protesto ocorre após eles protocolaram uma denúncia no Ministério Público contra um indivíduo que vem fazendo pregações religiosas na mesma praça com uma caixa de som, ofendendo as religiões de matriz africana.
As pregações ocorrem há cerca de dois meses em frente a algumas lojas. Ele chegou a ser chamado atenção sobre o cunho preconceituoso da sua fala, mas continuou agindo da mesma forma.
Em entrevista à nossa equipe, o advogado Alexandre Xandó afirmou que a prática é criminosa.
“São associações das entidades do povo de santo a demônios, fazendo comparações do povo que é adepto do Candomblé com pessoas que cometeram crimes, com o objetivo de diminuir a religião do outro, são palavras preconceituosas, que incitam o ódio. Isso está previsto na lei que trata do crime de racismo como uma atitude criminosa, que tem pena de prisão de um a três anos e multa”, afirmou o advogado.
Xandó disse ainda que as ofensas se estendem à comunidade LGBT e que foram encaminhadas, juntamente com a petição, gravações das falas do indivíduo comprovando o indivíduo.
Mãe Leni, representante das religiões de matriz africana, declarou que ninguém tem o direito de maldizer a religião do outro e que a manifestação foi uma forma de reforçar isso.
“O povo, o mundo é laico, então cada um tem o direito de viver sua religião da melhor forma possível. Uma vez que ele vem até uma praça pública e pega um microfone, ele tem que falar da religião dele. Deixa que da nossa religião falamos nós”, reiterou Mãe Leni.
Se ficar comprovado que a prática preconceituosa foi praticada com a conivência dos proprietários de lojas eles também podem ser processados por meio de uma Ação Civil Pública.
