Um dos principais problemas de saúde pública em Vitória da Conquista é a situação dos animais de rua. Em várias pontos da cidade, é possível ver a grande quantidade de animais que vivem nas ruas da cidade. Ativistas da causa estimam que atualmente existam mais de 10 mil animais abandonados entre cachorros, gatos e equinos.
A construção de um Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é uma reivindicação antiga, inclusive defendida pelo ex-prefeito Herzem Gusmão, que chegou a citar que Vitória da Conquista é a única cidade do Brasil com mais de 350 mil habitantes, durante Sessão Ordinária na Câmara de Vereadores, em agosto de 2017, no primeiro ano do seu mandato, que não possui o equipamento.
No entanto, a cidade está longe de receber o equipamento. Pelo menos durante a gestão de Sheila Lemos (União Brasil). Durante entrevista coletiva no dia 30 de junho, antes de sair de férias, a prefeita comentou sobre o problema na cidade. Mas, para ela, Vitória da Conquista não precisa de um Centro de Zoonoses, mas de um abrigo de animais.
“Eu acho que existiu, desde lá de trás, um equívoco do que é o Centro de Zoonoses. O Centro de Zoonoses é para controlar essas doenças, não é abrigo de animal. E as pessoas, a população entendeu o Centro de Zoonoses como abrigo. E não tem nada haver com abrigo. Conquista não precisa de um Centro de Zoonoses, precisa de um abrigo”, contou.
Contudo, a função de um CCZ não é apenas de controle de zoonoses, que são enfermidades naturalmente transmissíveis entre os animais e o homem. Este foi o propósito inicial para a criação dos centros que existem em várias cidades país, porém eles já fazem muito mais nos dias atuais. Apesar de também não ser abrigo, na lista de suas funções entram eventos de conscientização ambiental, adoção de animais, retirada de animais que estão em situações de vulnerabilidade nas ruas ou de maus-tratos, através de denúncias e castração.
Apesar de não prometer a construção do equipamento, no plano de governo das eleições de 2020, Herzem e Sheila incluíram como meta implementar o serviço de zoonoses. Segundo o plano, o objetivo é a atuação na defesa e proteção animal, visando atingir equilíbrio harmonioso entre homem e animal, desenvolvendo ações de proteção animal como vacinação e castração de cães e gatos.
Para isso, foi implantado o Centro de Apoio à Saúde Animal (Casa), uma promessa de campanha da chapa eleita, com a proposta de atender e dar atendimento médico-veterinário, de graça, a animais de estimação de famílias de baixa renda ou que sejam levados por pessoas ou grupos de proteção de animais. Apesar do prédio já ter sido reformado e da Prefeitura está pagando o aluguel há meses, a clínica ainda não foi inaugurada.
Segundo Sheila Lemos, o motivo do espaço ainda não ter entrado em funcionamento é porque é necessário um concurso público para o quadro de profissionais. “Não está funcionando ainda por conta que precisamos de servidores públicos concursados. Então está na confecção ainda deste edital para abrir concurso público. Tentamos ver se conseguimos fazer através de contratação de terceirizados, alguma coisa assim, mas a lei não permite . Tem que ser realmente por concurso”, explicou.
Em relação ao abrigo de animais, Sheila revelou que conversou com grupos de protetores de animais e apresentou a proposta do Governo Municipal de doar o terreno, construir o espaço, mas a manutenção não ser de responsabilidade da prefeitura. Segundo ela, o município não tem condições de manter.
“Eles ficaram de analisar, verificar e analisar com todos os grupos que têm protetores de animais para ver se a gente conseguiria fazer dessa forma. Por que não adianta o município construir um abrigo e não ter condições de manter. A dificuldade é a manutenção. A construção a gente conseguiria aí uma emenda dessas de deputados de 1 milhão ou dois milhões de reais, construía o equipamento, mas quem vai tomar conta?”, disse.
