A suspensão de algumas linhas de ônibus que atendiam a Rua Cláudia Botelho, no bairro Primavera, em Vitória da Conquista, tem causado transtornos aos moradores da região. O caso foi destaque no programa Bahia Meio Dia, da TV Sudoeste, que mostrou as dificuldades enfrentadas pela comunidade após a demolição de parte da calçada para a construção de uma valeta no local.
De acordo com os moradores, o trecho afetado era utilizado pelos ônibus das linhas D32 (Aparecida – Centro) e R7 (Nova Cidade – Centro) para realizar manobras de retorno. Com a interrupção, as linhas foram transferidas para uma rua paralela, onde está localizado o condomínio Belvedere.
Inconformada com a mudança, a comunidade iniciou uma mobilização para buscar soluções. A psicóloga Flávia Rosário relatou os esforços realizados: “A gente foi na ouvidoria, a gente foi na Câmara de Vereadores, a gente fez esse movimento. Colocaram o R61, que é o Primavera – Centro, para poder passar na pista, só que aí a gente precisava pegar esse ônibus na pista, com muitos riscos”.
Com o improviso de uma tábua sobre a valeta para o acesso, os riscos se tornaram ainda maiores. A aposentada Valdélia Rosário descreveu os perigos enfrentados pelos moradores diariamente: “Os riscos são muitos: insegurança ao atravessar a pista, medo de assaltos e a possibilidade de tropeçarmos e cairmos nessa valeta. Essa ponte é improvisada, feita de tábua. Tudo isso afeta o psicológico, o dia a dia. É muito constrangedor”.
Na semana passada, o itinerário da linha R61 foi modificado para atender novamente o ponto na Rua Cláudia Botelho, mas os intervalos entre os ônibus ficaram maiores. Flávia destacou as dificuldades geradas pela mudança: “Antes, a gente tinha, por exemplo, o D32, que todo mundo sabe que roda bastante. Então, conseguíamos nos deslocar daqui direto para a Olívia Flores, para as universidades, para o centro.”
Para a dona Jailce Rodrigues, de 76 anos, a situação representa um grande transtorno:
“Em média, a gente passa a manhã inteirinha para fazer qualquer besteira no centro da cidade. Tá horrível, horrível, horrível. Principalmente para mim, que preciso resolver minhas coisas sozinha”.
A duplicação da Avenida Presidente Vargas, iniciada em 2022, é outro fator que impacta a mobilidade na região. Prevista inicialmente para ser concluída em junho de 2023, a obra está atrasada e segue sem prazo definido para entrega, apesar do governo do estado ter informado que deve ser finalizada ainda este ano.
No fim de 2024, a conclusão de um trecho da duplicação coincidiu com o início do canteiro central da Rua Cláudia Botelho, cuja responsabilidade é da Prefeitura de Vitória da Conquista.
Os moradores também apresentaram propostas à Secretaria Municipal de Mobilidade para melhorar o transporte na região. A professora Catarina de Oliveira sugeriu:
“Nós demos essa sugestão na ouvidoria, para que ela pudesse passar para o órgão competente, de que o D32 pudesse subir aqui, passar pela Presidente Vargas, fazer o contorno antes do próximo posto de gasolina e descer pela Rua Cláudia Botelho”.
A aposentada Valdélia Rosário reforçou o apelo da comunidade: “Nós pedimos, encarecidamente, que essa situação seja solucionada, que nós possamos ter um transporte público adequado para todos nós, da forma correta.”