No início do mês de abril, foi realizado mais um procedimento inédito no Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC). A técnica utilizada desta vez foi a endoscopia respiratória com auxílio de energia Diodo Laser, feita pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (SUS) em Vitória da Conquista e sendo completamente custeada pelo SUS.
O procedimento foi realizado em uma criança de três anos, que logo ao nascer foi submetida a uma intubação prolongada. Por ela ter passado muito tempo na UTI com o tubo orotraqueal e traqueostomia para ventilação mecânica, sua traqueia adquiriu uma agressão chamada de traqueomalácia, que levou à obstrução e condicionou a criança a fazer o uso contínuo de traqueostomia.
Por se tratar de uma lesão adquirida, existem dois tipos de tratamento. Um deles é por cirurgia, retirando o fragmento que está doente, depois anastomosa (união de dois segmentos remanescentes do órgão – no caso, a traquéia). No segundo tipo, tenta-se resolver pela endoscopia respiratória, que é menos invasiva.
Neste caso, foi utilizada a tecnologia do Diodo Laser, em que a reação do laser cauteriza a lesão à medida que vai abrindo espaço e desobstruindo. Logo depois, é colocada uma prótese, um tubo em formato de “T”. A criança fica cerca de seis meses com essa prótese para que a cicatrização seja moldada sobre a mesma. Depois desse período, a prótese é retirada. O esperado é que a criança não tenha mais necessidade do uso da traqueostomia e nem da prótese.
De acordo com Rafael Sodré, especialista em Cirurgia Torácica e médico que atuou na realização do procedimento, com esse tipo de tecnologia, crianças nessa idade que apresentam o mesmo tipo de condição poderão evitar cirurgias mais invasivas.
Ascom do HGVC