O vereador Andreson Ribeiro foi o entrevistado do Band Cidade, da Rádio Band Fm 99.1. O edil falou sobre o que considera os principais desafios e gargalos da gestão municipal, apresentou caminhos que acredita que deveriam ser tomados como soluções para os problemas e relembrou pautas de seus mandatos.
Andreson foi reeleito para o seu terceiro mandato, sendo o segundo consecutivo, com 3419 votos. Ele é autor de projetos importantes da Câmara de Vereadores, tendo sido também o autor da liminar que suspendeu a tramitação do projeto de lei que implementava a taxa de lixo. Já no último ano de seu mandato, ele conseguiu a regularização fundiária (escrituração) dos imóveis da Vila Serrana I, pendência que se arrastava há mais de 3 décadas.
Educação
Questionado sobre o problemas enfrentados pela educação municipal de Vitória da Conquista, Andreson traçou um panorama trazendo à tona a situação dos profissionais de educação, da infraestrutura das escolas, da qualidade da merenda e também do transporte escolar. “A gente precisa compreender todos os desafios, mas entender que algumas pautas são prioritárias, dentre elas a educação pública, principalmente a educação básica, precisamos avançar em passos largos, aproximando melhores condições, primeiramente aos profissionais da educação, passando pelos professores, pelos monitores e a valorização, não só salarialmente falando, mas das condições de trabalho”, avaliou.
O vereador reforçou a necessidade de trazer a educação em tempo integral. Pauta na qual, segundo ele, “é uma pauta que o governador Jerônimo e o presidente Lula vêm avançando em nível de Estado, em nível de Brasil, mas a gente não pode adiar mais que nossas crianças realmente fiquem no ambiente escolar, os dois turnos: um turno ali tendo acesso à questão da cultura, do esporte e aí avançando. Eu não tenho dúvida que é uma pauta imprescindível, há muito dinheiro destinado à educação e a gente precisa avançar”.
O edil teceu duras críticas à qualidade da merenda escolar oferecida aos alunos e aos transporte escolar. “Inclusive temos alguns retrocessos, que ante a atual administração tem que ser falado, a qualidade da merenda escolar. Caiu drasticamente, a gente tem várias queixas de pais de alunos, principalmente na comunidade al do velame, alunos recorrentemente, passando mal por conta da má qualidade da alimentação. E nesse sentido, aproveitando isso, a gente conclama a educação municipal para que reveja rapidamente a melhoria da alimentação das nossas crianças e também do transporte escolar. A gente infelizmente teve um retrocesso grandioso no transporte escolar. Muitas empresas prestando serviços com má qualidade, com a frota realmente sucateada, está se faltando recorrentemente monitores para se olhar as crianças pequenas nesse transporte da escola para as suas residências”, reforçou.
Saúde
A saúde municipal tem sido um doa grandes gargalos da gestão público desde o governo do ex-prefeito Herzem Gusmão. Os hospitais mantidos pela município enfrentam a superlotação e a carência no atendimento. Recentemente, a prefeita Sheila Lemos (UB) anunciou a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) municipal, cuja a obra ainda está em andamento.
“A gente precisa avançar no fortalecimento das unidades básicas de saúde do município, avançar também na UPA municipal, porque semanalmente a gente recebe vários pedidos de ajudar em rifas solidárias, porque as pessoas não têm acesso à consulta com especialista, não têm acesso a essas consultas pelo SUS, nessa perspectiva de neuropediatra, de cardiopediatra, não tem, o SUS não disponibiliza. E também alguns exames tidos mais caros, como a ressonância. […] Nós precisamos fortalecer e melhorar a saúde pública municipal e, logicamente, sempre está cobrando nas melhorias a partir do estadual”, ponderou Andreson.
Outra questão que se arrasta desde a gestão Herzem é a situação entre o município e a Policlínica Regional de Saúde. Após muitas idas e vindas, o município possui cotas de atendimento, que não dão conta da demanda da saúde municipal. Para o vereador, o aumento dessas cotas seria uma chave para, ao menos, minorar o problema da demanda por consultas com especialistas.
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A prefeita Sheila precisa repactuar as suas contas na policlínica, que foi um grande feito a partir do governo do Estado, que entregou aos municípios da região, só que, por exemplo, a gente tem uma cota comprada pelo município de Conquista para certos procedimentos muito baixa, longe da real necessidade da população. É um equipamento fantástico muito moderno, com tomografias avançadas, mais avançado do que qualquer hospital particular, mas a prefeitura precisa direcionar mais recursos para aquela estrutura ali, que é a Policlínica Regional, para propiciar uma saúde mais eficiente, mais humanizada e de melhor qualidade para nossos municípios”, apontou.
Obras municipais
Andreson foi autor de um mandado de segurança que suspendeu a tramitação do Finisa III, por considerar que o projeto não apresentava um plano de trabalho acerca do emprego do recurso que o município pretendia pegar emprestado junto à Caixa Econômica.
Durante seu mandato, o edil também criticou duramente a qualidade de obras entregues à população, a exemplo do Estádio Murilão, “que gastou quase 3 milhões ali na reforma, e vários erros, inclusive na concepção do projeto: não se previu ali a perspectiva da iluminação, né, o equipamento ficou com o uso comprometido, agora poderia estar acontecendo vários balas ali, várias outras modalidades na área externa do banco, e não se pode, porque dos 2 milhões e 900, que é muito dinheiro, não concebeu uma iluminação. A gente vem batendo nisso, um ano depois de inaugurado o sintético, que fizeram muito mal feito, não fizeram a terraplanagem do campo, não propiciaram uma mesa de cimento, de maneira que a terra já misturou no sintético, os jogadores que vão jogar ali, principalmente na Liga, que é a LCDT não aceita jogar lá, porque machuca, contunde muito, porque tem muita terra junto com o gramado, então foi um serviço de péssima qualidade”, criticou.
Os apontamentos se estenderam também para o posto de saúde da Gameleira, inaugurado em fevereiro desse ano, “onde foi feito uma pintura e um puxadinho no fundo. Então isso é lamentável, Conquista não merece isso”, disse. Na ocasião, a prefeita relembrou a doação de madeira para que fosse feitas cobertura da parte externa.
De acordo com Andreson, a solução para as demandas municipais perpassa pela atitude da administração municipal de assumir suas responsabilidade e dialogar também com o governos Estadual e Federal.