Após aprovação da indicação de retorno às aulas presenciais em Vitória da Conquista, proposta pelo vereador do PSDB, Dr. Augusto Cândido, o Sindicado Magistério Público (SIMMP), se reuniu com os vereadores da Bancada de Oposição, nesta terça-feira (20). Na ocasião foi discutido o tema que gerou polêmica na cidade.
A indicação do vereador tucano foi apresentada na última sexta-feira (16) e aprovada por 8 votos de vereadores da Bancada de Situação contra 6 votos dos vereadores da Bancada de Oposição da Câmara Municipal.
Em entrevista ao Blog Sena, a presidente do SIMPP, Elenilda Ramos Lima, repudiou a indicação que propõe o retorno das aulas presenciais na cidade e classificou que essa atitude, no pior momento da pandemia do novo coronavírus, é “condenar o profissional de educação a morte”.
“O SIMMP repudia qualquer indicação de retorno às aulas presenciais no pior momento da pandemia. A gente tem que entender que o negacionismo não nos levará a lugar nenhum. No Brasil morre hoje, por dia, mais de 4 mil pessoas, nesse momento retornar às aulas presenciais é no mínimo incoerente, insensatez por completo, é colocar o professor no corredor na morte, é condenar o profissional de educação a morte”, disse a presidente.
Durante a pandemia, o Conselho Municipal de Educação não se reuniu para debater o assunto, nem o Comitê Gestor de Crise . A presidente questiona o silêncio dessas importantes entidades neste moment . Ela também constestou que a indicação foi feita sem o assunto ser discutido com o Simmp, Secretaria Municipal de Educação e o Conselho Municipal de Educação. E pede, que outros órgãos, como o Ministério Público também se posicione sobre o tema.
“A gente tem aguardado um posicionamento do Comitê gestor para uma reunião com o SIMPP, até então a gente não foi acionado, o Comitê está parado, o Conselho Municipal de Educação também está parado, não se manifestou em nenhum momento sobre essa questão. E a gente já vem ouvindo alguns comentários de retorno às aulas presenciais, dessa política, implementar uma política de morte no nosso município. Porque esse retorno às aulas presenciais é isso, e a gente já andou pesquisando, mandando mensagem para o Conselho Municipal de Educação, para se posicionar. A gente conclama também outros órgãos, Pastoral do Menor, nós precisamos que o Ministério Público também se manifeste sobre essa indicação de retorno às aulas presenciais”, declarou.
A presidente ressalta que o motivo de não retornar às aulas neste momento de pandemia é visando a preservação de vidas. E destaca que mesmo de forma remota, os professores têm trabalhado muito durante a pandemia.
“Quando a gente diz que o SIMMP é contra, não é porque a gente não quer que o profissional vá trabalhar, porque o profissional da educação tem trabalhado muito no período de pandemia (…) Mas, a gente quer que as aulas presenciais sejam retomadas de forma segura, com vacinação para todos e não para alguns”, explica.
Os vereadores que votaram a favor do retorno às aulas foram: Augusto Cândido (PSDB), Delegado Marcus Vinícius (Podemos), Pastor Orlando Filho (PRTB), Nelson de Vivi (DEM), Subtenente Muniz (Avante), Dinho dos Campinhos (PP), Adinilson Pereira (MDB) e Nildo Freitas (PSC). Apenas os vereadores da oposição votaram contra a indicação. São eles: Alexandre Xandó (PT), Márcia Viviane Sampaio (PT), Valdemir Dias (PT), Fernando Jacaré (PT), Chico Estrela (PTC) e Ricardo Babão (PCdoB).
O resultado surpreendeu a presidente do SIMMP que atribui os votos favoráveis ao não conhecimento da realidade das escolas públicas por parte dos vereadores.
“Os vereadores eles não estão tendo noção nenhuma sobre a situação das escolas públicas. Eu acredito que eles não conhecem a realidade e não visitaram essas escolas para fazer essa indicação. Porque se eles visitassem uma pelo menos, eles viriam que não teria possibilidade nenhuma de uma indicação dessa ter passado com esse quantitativo de votos. Então, a gente pede a sociedade, a gente pede aos vereadores, que eles se sensibilizem com a situação da escola pública do nosso município. A questão da volta às aulas, é uma questão nesse momento para a gente discutir e não aceitar por conta da preservação da vida mesmo”, concluiu Lima.