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Conquista: Durante sessão da Câmara, vereador critica lockdown e usa fake news sobre a pandemia no Brasil

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Foto: reprodução Câmara de Vereadores

O vereador Nelson de Vivi (DEM), em seu pronunciamento na Sessão Ordinária desta quarta-feira (03), através do Sistema de Deliberação Remota (SDR), da Câmara Municipal de Vitória da Conquista,  além de comemorar o início das obras de asfaltamento da Estrada do Iguá, também usou seu tempo para criticar algumas medidas restritivas contra a Covid-19, em Vitória da Conquista. No entanto, durante seu discurso o parlamentar fez uso de fake News, para justificar seu posicionamento.

O vereador disse que não é favor do lockdown e afirmou, sem apresentar ou citar alguma pesquisa científica, que não existe “nenhum estudo científico que confirme que o lockdown resolveu em qualquer lugar do mundo, em qualquer país onde mais teve lockdown”, a situação da pandemia do novo coronavírus.

Lockdown é uma medida mais radical para evitar a circulação de pessoas e a propagação do vírus e é decretada pelo poder público. O vereador ainda disse, novamente sem respaldo científico, “que nos países que adotaram a medida, a doença avançou mais ainda e morreu o maior número de pessoas”.

O vereador excedeu o tempo de três minutos e solicitou mais um minuto para concluir o seu discurso. E mais uma vez, sem apresentar referências científicas, Nelson de Vivi relatou alguns dados sobre a atuação do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. E disse que o Brasil é um dos países que mais vacinou a população contra a Covid-19 no mundo.

“Nós somos um dos primeiros que mais estamos vacinando no mundo, nós somos entre os primeiro, senão o primeiro que mais recuperou pessoas doentes”, declarou.

No entanto, a informação não é verdadeira. O Brasil ocupa a 61ª posição num grupo de 86 países no ranking mundial de vacinas por 100 habitantes, segundo dados do Our World In Data, que compila as informações sobre a Covid-19 de todo o mundo.

Muito à frente do Brasil, nas primeiras posições, estão Israel (2º), que já vacinou três em cada quatro cidadãos, e países que integram o Reino Unido (País de Gales, 5º, Inglaterra, 7º, Escócia, 8º, e Irlanda do Norte, 9º) – primeiros a iniciarem a campanha no mundo.

Na América do Sul, por exemplo, o Chile já vacinou quase 10% de sua população, enquanto o Brasil só imunizou 2,46%, ou seja, quase quatro vezes menos.

O Brasil administrou 8,4 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 até a última segunda-feira (1). E em relação ao ranking de doses administradas, o país ocupa o 6º lugar. Mas, a quantidade de doses é bem inferior aos Estados Unidos, que têm a 1ª posição, já administraram 75 milhões de doses. Em 2º lugar está a China, que aplicou o imunizante 40 milhões de vezes. O Brasil também fica atrás do Reino Unido (21 milhões), da Índia (14 milhões) e da Turquia (8,5 milhões).

Nelson de Vivi também disse que o Brasil ocupa a 22ª posição no ranking de mortes por Covid-19 no mundo. No entanto, a informação não é verdadeira. Atualmente, o Brasil é o segundo país com mais óbitos por coronavírus (257,4 mil), atrás dos Estados Unidos (516,7 mil). México (187,2 mil), Índia (157,4 mil) e Reino Unido (123,5 mil) completam a lista, segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA).

O país atingiu a marca de 250 mil mortes na semana passada. Nesta terça-feira (2), quebrou mais dois recordes: registrou o maior número de óbitos por dia de toda a pandemia e a maior média móvel de mortes, segundo o consórcio de veículos de imprensa, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde. Até o fechamento desta matéria, 257.351 pessoas morreram em decorrência da doença.

Ainda defendendo a não realização do lockdown, mas apoiando as medidas de combate ao novo coronavírus, o vereador defendeu a atuação do governo federal como o auxílio emergencial e o apoio as empresas.

“Nós estamos bem posicionados em relação ao mundo, inclusive aos países de primeiro mundo, então nós temos que também reconhecer o trabalho do governo federal, que mandou recursos para todas a cidades, todos os estados, para as empresas, ajudou a pagar os funcionários de algumas empresas para não ser demitidos, mandou a questão do auxílio emergencial para as famílias, aumentou mais três meses do auxílio emergencial das famílias que isso ajuda a economia, e a economia precisa estar viva. Se a economia morrer, morre também o povo de fome, morre de depreção e morre por outros motivos, de violência e outras causa”, declarou.


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