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Conquista: Secretaria de Saúde alerta para os sinais de alarme da dengue que podem agravar o estado de saúde do indivíduo

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Nesse momento, o Brasil vive uma epidemia de dengue e todos os esforços estão sendo feitos para conter o avanço das arboviroses e reduzir a ocorrência de agravamentos e óbitos por dengue no município. Só neste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já registrou 6.023 notificações suspeitas das arboviroses, com 890 confirmados para dengue, 36 casos de chikungunya e um de zika. Um aumento de 937,41% em relação ao mesmo período do ano passado.

Nos últimos oito dias, as quatro unidades de saúde sentinelas já prestaram 2.019 atendimentos à população com sintomas suspeitos de arboviroses e síndromes gripais, principalmente os pacientes considerados fichas verdes e azuis. Contudo, ainda é preciso estar atento aos sinais de alarme, pois passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação, e é nesse momento que a doença pode progredir para as formas graves.

Dengue grave

“Quando tem uma doença inflamatória, como é o caso da dengue, produzida por um vírus que encontra um sistema imunológico já previamente estimulado – que é o caso do brasileiro, todos nós temos um anticorpo para dengue guardado no corpo, em função de mais de quarenta anos de epidemia do nosso país –, isso faz com que esse anticorpo seja o responsável por disparar uma cascata inflamatória, que lesiona os vasos sanguíneos da gente, faz com que a gente perca líquidos e os órgãos comecem a funcionar mal”, explica o médico infectologista, Augusto Aníbal.

 

Alguns desses sinais de agravamento da dengue é a dor contínua no abdômen (intensa ou fraca), alterações de humor, dificuldade para dormir, irritabilidade ou sonolência, dificuldade para urinar, quedas de pressão arterial súbitas e vômitos. “São de má perfusão dos tecidos ou a baixa do processo circulatório nos principais tecidos orgânicos, que faz com que o paciente morra por dentro e isso é absolutamente imprevisível. Mas os sinais de alarmes acontecem 48 horas antes da evolução com quadro de choque, então há uma sinalização do corpo de que o paciente vai ficar grave, que é o quadro mais abrupto de parada cardíaca ou de insuficiência circulatória”, esclarece o infectologista

Por isso, é imprescindível buscar o serviço de saúde o quanto antes e não esperar que esses sinais aconteçam, para que intervenções sejam feitas nessas 48h, a fim de evitar o agravamento e o óbito por dengue. Além disso, a hidratação, seja oral ou venosa, é um fator essencial no tratamento, em qualquer estágio da infecção.

Mas o infectologista reforça: “É necessário que a população já entenda isso como importante. Dengue mata e dengue não é uma virose comum! Produz uma taxa de mortalidade que é de 0,8% a 1,5%, mas à medida que você vai tendo um conjunto muito grande de casos, proporcionalmente a isso, aumenta muito e pressiona serviço de saúde, aumentando também o risco das pessoas morrerem”.

A queda da febre é um marcador da fase mais crítica, mas, segundo o médico, o brasileiro adulto tem essa fase por volta do fim do 4º dia de sintomas ou início do 5º dia. Nesse momento, é bom estar atento, se houve melhora ou se tem aparecido alguns desses sinais de alarme. Na criança, podem acontecer entre o 3º e quarto dia.

O médico reforça que a Organização Pan-Americana de Saúde e a OMS já alertaram que o Brasil tem uma epidemia complexa por três grandes motivos: primeiro, porque as pessoas não tem percebido que a dengue é um agravo de saúde diferente das outras viroses, então é importante que tendo a suspeita ou quadros febris, buscar serviço de saúde é essencial. Outro aspecto que é importante é que há um grande número de casos de dengue há muitos anos no país, com uma população extremamente suscetível a formas graves de doença. Num segundo evento ou a cada evento de dengue subsequente aumenta em 100 vezes a chance da ocorrência de dengue hemorrágica.

“O terceiro elemento, e mais importante, é a organização dos serviços de saúde e a participação social. Não dá pra achar que carro fumacê e vacina vai resolver nesse momento. É preciso tirar de 10 a 15 minutinhos para avaliar como é que está a sua casa, como é que está seu quintal, como é que está o hospital do vizinho, fazer as denúncias, para que os entes públicos possam agir. É na hora que a fêmea coloca os ovos na água que ela é mais vulnerável. Se a gente consegue evitar isso, a gente rompe com a epidemia”, alertou Augusto.

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