O número de acidentes registrados na BR-116, no trecho de Vitória da Conquista, continua crescendo. De janeiro a 1º de abril de 2024, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 108 acidentes. Com o crescimento dos acidentes, aumentam também os números de pessoas feridos e mortes. Nesse mesmo período, 164 pessoas ficaram feridas e 27 morreram. Em 2023, foram registrados 376 acidentes, 456 pessoas ficaram feridas e 40 morreram.
A BR-116 é a maior rodovia do Brasil. Por ela, passa grande parte da produção do país. A via começa no Ceará e finaliza no Rio Grande Sul. Só na Bahia, a via possui 975 km de extensão e passa por 22 municípios, com um fluxo diário de 8 mil veículos, sendo 95% desses veículos são de carga pesada. A duplicação da via é uma das soluções que pode ajudar a reduzir o número de acidentes e de mortes no trecho de Vitória da Conquista, que inicia na divisa com Minas Gerais e vai até a cidade de Manoel Vitorino- BA.
Em entrevista à TV Sudoeste, em uma reportagem exibida no Bahia Meio Dia, a policial rodoviária federal, Thaís Furtado, explicou sobre a importância da duplicação. “Uma possível duplicação, traz a possibilidade de separamos, por exemplo, o fluxo de veículos mais lentos daquele fluxo de veículos mais velozes. Lembrando, que mesmo assim, os veículos que transitam mais rapidamente, precisam respeitar o limite de velocidade. A gente também ganha mais espaço para a realização de algumas manobras que são necessárias no trânsito, também ganha um pouco mais de espaço para a reação do motorista para a necessidade de alguma manobra”, disse Furtado.
Na Bahia, a via é administrada pela VIABAHIA Concessionária de Rodovias, em contrato assinado há mais de 10 anos. Entre algumas de suas responsabilidades, está a duplicação da via que até hoje não saiu do papel. Enquanto isso, além dos acidentes e mortes registradas no trecho de Vitória da Conquista, a falta e duplicação também prejudica a indústria. O Parque Logístico do Sudoeste, que funciona às margens da BR-116, distribui mercadorias para toda Bahia e norte de Minas. Ao todo, 107 empresas funcionam no local e o fluxo chega a 300 caminhões e carretas por dia.
Na reportagem da TV Sudoeste, empresário destacaram os prejuízos que sofrem devido à falta de duplicação. “A viagem se torna mais demorada, porque você tem uma fila de caminhões para entrar ou para sair no perímetro urbano de Conquista, próximo a Poções, em vários trechos, então prejudica toda região”, disse o empresário Luciano Bonfim.
Em nota, a Via Bahia respondeu a produção da TV Sudoeste e disse que “um contrato firmado com o Governo Federal vai permitir a aceleração de investimentos superiores a R$11 bilhões que serão aplicados na duplicação da BR116, do trecho do Paraguaçu até a divisa com Minas Gerais”. Mas, não informou quando as obras serão iniciadas. Disse apenas “que o processo segue no Tribunal de Contas da União”. Já o Tribunal de Contas disse que “até o momento não há decisão ou documentos públicos disponíveis sobre o assunto”.
O jornalista e âncora do Bahia Meio Dia, Judson Almeida, cobrou a empresa e as autoridades a duplicação da BR-116. “É um negócio que deveria ter sido feito há muito tempo, desde que o contrato foi assinado. E é impressionante como as autoridades constituídas não conseguem ou não conseguiram, até o momento, obrigar a Via Bahia a fazer essa obra. Em muitos trechos essa obra não está lá essas coisas, está ruim e essa duplicação vai ajudar a evitar acidentes e mortes (…)”, pontuou Almeida.
