O drama das famílias do loteamento Chácaras Guarani continua. Elas tiveram suas casas interditadas devido às fortes chuvas que caíram em Vitória da Conquista da Conquista, em dezembro do ano passado, e precisaram deixar os imóveis. Algumas famílias foram direcionadas para abrigos da Prefeitura, mas agora, estão sem saber qual será o destino. A situação parece estar longe de ser resolvida e ganhou mais um capítulo: a falta de assistência do Governo Municipal.
Em entrevista ao Blog do Sena, alguns moradores das Chácaras Guarani, localizado no bairro Lagoa das Flores, reclamaram que não estão sendo atendidos por nenhum representante da Prefeitura de Vitória da Conquista. Seu Edson perdeu a sua casa, após a chuva inundar o local e comprometer as estruturas do imóvel. O local foi interditado pela Defesa Civil, na época, e ele precisou deixar o o imóvel com a sua família. Sem poder voltar para casa, hoje ele vive na casa de parentes e reclama que a situação ainda não foi resolvida.
“A situação aqui é difícil, viu. Aqui até agora não veio ninguém dá uma solução para a gente, nem defesa civil, nem Prefeitura. E a gente está querendo voltar para as casas aqui e não tem condições de voltar porque, como você está vendo aí, tá tudo alagado e nenhum órgão da Prefeitura veio aqui ainda”, contou o morador.
A família de seu Edson é uma das 25 famílias que construíram suas casas na Rua da Baixada, no loteamento Chácaras Guarani. Após as chuvas, todos os imóveis foram inundados e eles perderam móveis, eletrodomésticos, roupas, brinquedos e alimentos. Há 3 meses, as famílias seguem sem saber se um dia vão conseguir voltar para as suas casas já que ainda estão cheias de água. Seu Edson, que também também perdeu uma oficina mecânica, reclama da morosidade da Prefeitura e da ausência da Câmara Municipal de Vereadores para ajudar a resolver o problema.
“Tem a oficina aí, perdi os carros tudo aí. Tive que jogar no ferro velho porque a água comeu tudo, enferrujou tudo e a Prefeitura aqui não vem não. Tá faltando com a responsabilidade da prefeita e dos vereadores que não vem aqui, não querem tomar conhecimento. Aí só fica falando na televisão aí que tá resolvendo isso e aquilo”, reclamou.
A moradora Leiliane contou que a maioria das famílias estão abrigadas em casa de parentes. E que até hoje, mesmo após os cadastros realizados no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e na Defesa Civil, ainda não receberam nenhum tipo de assistência. Até o auxílio moradia, não chegou para as famílias.
“Nós aqui perdemos tudo, inclusive móveis, todos os móveis. Alguns estão em casa de parentes, como eu, minha mãe, meu pai, minha cunhada. Outros alugaram casa por conta própria porque não começaram a receber o auxílio aluguel. A gente entra em contato com a prefeita, manda mensagem, não responde, não dá nenhum posicionamento. Fizemos vários cadastros, tanto do CRAS quanto da Defesa Civil, mas ninguém mandou resposta nenhuma para a gente. Se vai indenizar as casas, o que vai ser resolvido. A gente precisa de uma solução e com urgência”, disse.
Sem ter retorno da Prefeitura sobre a situação, Leiliane fez um apelo. “Eu peço à prefeita que ela seja mais humana porque três meses já se passaram e nós estamos sem nenhuma solução. E é chato ficar em casa de parente, é chato morar de aluguel, para quem já tinha suas casas, já tinha seus móveis, tudo estabilizado”, disse a moradora.
Na última semana, o Blog do Sena já havia noticiado que as famílias também estavam sofrendo com invasões. Sem fiscalização, pessoas que estavam indo pescar na lagoa que fica nas proximidades das casas, entravam nos imóveis e faziam uma verdadeira bagunça.
Veja a seguir a entrevista na íntegra: