Após um ano da suspensão da licitação para o sistema de transporte público, a Prefeitura de Vitória da Conquista ainda não divulgou uma data para o novo certame. Enquanto isso, as empresas continuam operando no transporte coletivo em caráter emergencial e gerando prejuízos para os cofres públicos.
A licitação foi suspensa por tempo indeterminado no dia 3 de maio de 2021. O Edital de Licitação 002/2021, visava contratar empresas para operar o sistema de transporte coletivo urbano. No entanto, o edital foi suspenso por ter recebido impugnações. Na época, o então titular da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana,(Semob), Diêgo Gomes, disse que um novo edital seria divulgado no prazo de 30 dias. Entretanto, já se passaram exatamente 371 dias e o novo certame ainda não aconteceu.
O transporte público em Vitória da Conquista é uma das principais queixas da população. Uma das reclamações é referente à falta de qualidade do serviço oferecido pelas empresas contratadas em caráter emergencial pela Prefeitura. As reclamações dos usuários são as mesmas de pelo menos quatro anos atrás, quando os problemas se agravaram com o cancelamento do contrato com a Viação Vitória, em 2018. Posteriormente, houve a saída da empresa Cidade Verde, em 2019. Desde então, o sistema de transporte público vem sendo operado pela própria Prefeitura, por meio de contratos emergenciais.
Atualmente, as duas empresas que operam na cidade são a Viação Rosa, desde 2019, e a Viação Atlântico, desde outubro de 2020. Só durante 11 meses de 2021, a Prefeitura de Vitória da Conquista gastou mais de R$45 milhões com as duas empresas contratadas para o sistema de transporte público da cidade. De acordo com os dados divulgados pelo Governo Municipal, no Portal da Transparência, com a empresa Viação Rosa LDA, foram gastos exatamente R$R$23.885.547,27 no período de 8 de janeiro a 31 de novembro de 2021. Já com a empresa Atlântico Transportes LTDA foram gastos o valor de R$21.222.304,49 durante o mesmo período.
Enquanto a licitação para o transporte público não sai do papel, os contratos emergenciais com as empresas oneram os cofres públicos da cidade. Uma situação que enquanto favorece as empresas, já que faturam alto, causa prejuízos para a Prefeitura, uma vez que falta receita para o município custear importantes obras para a cidade.
Desde a gestão de Herzem Gusmão, em 2018, que as empresas vem atuando em caráter emergencial, a Prefeitura vem recorrendo a empréstimos. Na época do ex-prefeito, foram dois empréstimos no Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), junto à Caixa Econômica Federal. O Finisa I, no valor de R$45 milhões, e o Finisa II, no valor de R$60 milhões.
Já na gestão de Sheila Lemos (União Brasil), o primeiro empréstimo, que já foi aprovado na Câmara de Vereadores em março deste ano, é na ordem de US$ 71.440.000, correspondente ao valor de R$ 406.540.000,00 na cotação atual do dólar, e segue para o Senado Federal. Já o segundo, que ainda deve ser encaminhado para o Legislativo Municipal, é na ordem de R$60 milhões para obras na zona rural da cidade.