Depois de um ano e quatro meses fechados os colégios estaduais reabriram no último dia 26 julho. O retorno das aulas semipresenciais do ensino médio na rede estadual foi autorizado pelo governador do estado, Rui Costa, mas as escolas em Vitória da Conquista registraram baixo movimento de alunos e professores.
Já se passaram 15 dias e o movimento ainda continua tímido. Como verificado pelo Blog do Sena nesta quinta-feira (12), no Colégio Modelo, apenas 15 alunos compareceram. Em relação aos professores, só um estava na escola. Desde que foi anunciado o retorno das aulas semipresenciais na rede estadual, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado da Bahia (APLB) é a favor de manter as aulas online até que todos os profissionais estejam imunizados com as duas doses da vacina contra o novo coronavírus. A maioria dos profissionais de educação ainda não receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19.
Alguns pais de alunos também não se sentiram seguros para enviar os filhos para a escola e esse pensionamento também é defendido por representantes da sociedade civil e de outras esferas do Poder Público, como o Legislativo. Em Vitória da Conquista, logo após o retorno das aulas presenciais, três funcionários do setor administrativo do Instituto de Educação Euclides Dantas (IEED), mais conhecido como Escola Normal, testaram positivo para a Covid-19. A contaminação dos colaboradores também fez a escola, suspender, por dez dias, as aulas presenciais. As aulas na escola serão retomadas no dia 13 de agosto, segundo informou a assessoria de comunicação do Núcleo Territorial de Educação (NTE 20).
Como o Blog do Sena noticiou no dia 6 de agosto, após os casos positivos, o diretor da APLB- Sindicato Planalto da Conquista, Toni Alcântara, denunciou a falta de estrutura das escolas estaduais em entrevista a TV Sudoeste, após os casos positivos da Covid-19. Segundo ele, as escolas da rede estadual não estão preparadas para o retorno das aulas presenciais.
“Nenhuma escola está preparada para o retorno. Sendo o aspecto da estrutura, diversas salas não têm ventilação. As escolas não têm a quantidade suficiente de funcionários para garantir o distanciamento e tem vários ambientes que nem álcool em gel tem. Então, é pensado retornar às salas de aulas, retornar as atividades escolares sem estrutura nenhuma”, contou o diretor.
Impasse entre governo do estado e APLB- BA
O governo da Bahia e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado da Bahia (APLB) se reuniram na noite dessa quarta-feira (11), para tentar resolver o impasse sobre a retomada das aulas semipresenciais na rede estadual de ensino.
Ao G1, a APLB informou que o sindicato reafirmou a posição de que os professores só vão retornar às salas de aula 15 dias após receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19. De acordo com o sindicato, os dirigentes da APLB foram recebidos pelos secretários da Educação e Relações Institucionais, Jerônimo Rodrigues e Luiz Caetano.
“Pedimos ao governo que garantisse a conclusão da vacinação dos profissionais de ensino até o dia 10 de setembro, mas não houve acordo. O governador segue irredutível na decisão de manter as escolas abertas, mesmo sem estrutura nas unidades e vários casos de contaminação de professores e alunos após a volta presencial”, disse o presidente do sindicato, Rui Oliveira.
Rui Oliveira também afirmou ao G1, que a entidade vai reunir a categoria ainda esta semana para dar novos encaminhamentos e orientações. A APLB busca na justiça a manutenção das aulas remotas, sem prejuízos salariais para os educadores.
