A coleta de lixo em Vitória da Conquista ainda é realizada por coletores em carroças com animais. O serviço é realizado em alguns bairros da cidade e em outros a coleta é realizada por um caminhão por meio da empresa Torre. A situação vem chamando atenção e sendo alvo de críticas na cidade.
Em entrevista ao Blog do Sena, o vereador Alexandre Xandó (PT), denunciou o problema. “Essa situação do lixo em Vitória da Conquista é uma uma situação absurda. Primeiro porque a gente tem uma empresa, que ela tem o seu serviço de caminhão, mas em vários bairros a gente ainda vê esse lixo sendo catados por carroças. A gente sabe que tem locais que são difícil acesso, mas tem bairros asfaltados como o Cidade Maravilhosa que a coleta está ainda feita de carroça”, disse Xandó.
Xandó também questionou a publicação de um estudo para ser realziado pela empresa Torre, por mais de R$ 4 milhões e sem a realização de licitação. “Nós vimos aí agora saindo no Diário Oficial, uma publicação de um estudo, que está sendo encaminhado para a Torre fazer, no valor de R$ 4,5 milhões com dispensa de licitação. E porque esse estudo, por exemplo, não foi feito junto às universidades? Enfim, é uma situação muito nebuloso essa que a gente encontra do lixo aqui na nossa cidade”, pontuou.
Um dos principais questionamentos diante da problemática é que desde o ano passado, os moradores da terceira maior cidade da Bahia estão pagando a Taxa de Resíduos Sólidos, cobrada no boleto do IPTU. Além da coleta de lixo, a Lei Complementar Nº 2.581, de 31 de Dezembro de 2021, também inclui os catadores de lixo reciclável.
No entanto, em frente a comunidade Santo Dias, por exemplo, lixos foram depositados no local e se formou um lixão. O Blog do Sena esteve no local e constatou a precariedade do local. Na comunidade, vivem em média 60 famílias que estão expostas ao lixo e aos problemas que ele pode causar. Além disso, os catadores de materiais recicláveis trabalham no local sem nenhum material de proteção e ficam expostos à sujeira e doenças.
Para Xandó, a situação do lixo em Vitória da Conquista precisa de mais atenção da Prefeitura. ” Além disso, a taxa do lixo, cobrando para que a população agora pague mais pela coleta que nós ouvimos melhora nenhuma nessa nessa coleta. Dentro da lei que foi aprovada da Taxa do Lixo, inclusive trata da questão dos catadores de materiais recicláveis, e o que a gente vê é uma situação deplorável dos catadores de materiais recicláveis, em nossa cidade. As pessoas que não tem acesso a EPI, são submetidas a condições indignas. Então, infelizmente a gente vive numa situação de caos e que a Prefeitura não toma providências, mesmo tendo agora um financiamento aditivado com o pagamento da taxa do lixo”, explicou Xandó.
Segundo Xandó, a Prefeitura deve criar políticas públicas visando melhorias para a coleta de materiais recicláveis na cidade e solucionar o problema da coleta de lixo sendo realizada por carroceiros. “Nós precisamos que a política de coleta de material reciclado seja chamada na responsabilidade pela Prefeitura. A Prefeitura precisa organizar essas pessoas, você tem as cooperativas, pensar em formas, adequação dos locais. Então, na verdade, o que a gente tem o está solto, né? E é uma questão ambiental e de saúde”, declarou.
A reciclagem é uma das alternativas para o tratamento do lixo urbano e traz vários benefícios para o meio ambiente, como a redução de resíduos que seriam aterrados e a minimização da utilização de fontes naturais que muitas vezes não são renováveis. Em Vitória da Conquista, em 2004, o governo do Partido dos Trabalhadores (PT) criou o projeto Recicla Conquista, visando a inclusão social e a erradicação dos lixões.
No entanto, segundo Xandó, a cooperativa está abandonada e sofrendo com a falta de investimentos por parte do Governo Municipal. Temos Recicla Conquista, que é uma cooperativa que funciona dentro do aterro, mais que depois que o prefeito Herzem entrou e agora com Sheila, a cooperativa está abandonada. Eles antes tinha um incentivo, você tinha ali um apoio com o caminhão, você tinha um apoio a cooperativa. Essa cooperativa e hoje está passando por graves dificuldades porque conta com muito menos apoio da Prefeitura”, disse Xandó.
Veja a seguir a entrevista com Alexandre Xandó na íntegra:
