O Colégio Sêneca manteve a tradição de encerrar as atividades letivas com uma programação voltada à formação do seu corpo docente. Neste ano, a primeira atividade contou com a presença do Prof. José Pacheco, reconhecido mundialmente pela experiência na Escola da Ponte, em Portugal, que rompeu com o modelo tradicional de ensino, inovando na abordagem pedagógica, criando um ambiente de liberdade e efetiva participação dos estudantes e das famílias no processo de ensino-aprendizagem.
José Pacheco respondeu a diversos questionamentos dos professores, colaboradores e de representantes de alunos do Colégio Sêneca; entre outras coisas, ressaltou que a experiência do ensino remoto mostrou que os docentes sabem lidar com desafios. E, de forma bastante descontraída, cantou ao violão um hino à educação, de sua autoria.
Na visão do educador, o maior desafio do professorado brasileiro é elevar a autoestima e criar uma “educação brasileira”, a partir de autores como Paulo Freire. “É preciso que o professor brasileiro ganhe autoestima e seja protagonista de uma nova escola, porque ela já está aí e é apenas uma questão de afirmação dos professores e da gestão. Eu sou estrangeiro e é muito mais fácil para mim perceber isso. É como Paulo Freire dizia na Pedagogia da Esperança: não nortear, mas suliar, porque é no sul que está a esperança”, afirmou.
A coordenadora pedagógica, Isamary Roberta Ferreira Cézar, afirmou que a programação com o Prof. José Pacheco foi importante para reforçar na equipe o sentimento de que a educação tem um papel transformador na sociedade e que a escola precisa ser atenta e democrática, desafio que o Colégio Sêneca tem enfrentado com coragem e criatividade.
“Temos buscado fazer do Colégio Sêneca esta referência, de uma escola que humanize as relações, em que toda comunidade seja percebida como gente e, para isso, precisa ser ouvida, respeitada e, principalmente, amada. Assim, temos criado um ambiente em que todos se sentem protagonistas, participantes e capazes. Mas não há receita pronta. Há compromisso diário e muito trabalho coletivo envolvido todo o tempo”, afirma Isamary, coordenadora pedagógica geral.
O diretor pedagógico do Colégio Sêneca, Antonio Landulfo Luz Neto, afirmou ser fundamental fomentar nos alunos valores como a afetividade, subjetivação e consciência planetária, “princípios basilares para o exercício e promoção da cidadania”. Ele também defende uma “revolução pedagógica”, que significa o deslocamento da condição tradicional do professor de “monarca do conhecimento” para uma noção de “mediador do conhecimento”, servindo de ponte entre os conhecimentos específicos e a realidade pessoal (intelectual e emocional) de seu aluno.
“Saber ensinar solidariedade, tolerância, amor-próprio e ética são fundamentais para quem quer ser lembrado por aquele que recebeu essas profundas marcas morais em seu caráter. Aliás, o maior legado da profissão é a lembrança, a resistência ao tempo na lembrança emotiva do conjunto de alunos que se identificam pela formação humana que receberam”, argumentou Antonio Landulfo.