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Cirurgias eletivas de pacientes com câncer estão sendo suspensas no Brasil

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À medida que a epidemia de Covid-19 segue progredindo no Brasil, com possibilidade de interrupção das atividades cirúrgicas eletivas em todo o país, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) emitiu pronunciamento em relação ao diagnóstico e cirurgias de pacientes com câncer.

A entidade informa que muitas regiões, com maior ênfase para Juiz de Fora, São Paulo e Rio de Janeiro, já suspenderam a realização de cirurgias eletivas. Em breve, a suspensão pode atingir todo o país.

Mesmo com as medidas preventivas, de contenção da disseminação do novo coronavírus, a expectativa é de aumento da notificação de casos no país e, com isso, as unidades hospitalares deverão direcionar mais leitos para os pacientes com diagnóstico de Covid-19.

Em razão disso, é fundamental, explica o presidente da SBCO, Alexandre Ferreira Oliveira, diferenciar as cirurgias emergenciais das urgentes e, com isso, postergar as cirurgias que, sendo realizadas daqui dois ou três meses, não comprometerão a saúde do paciente.

As cirurgias emergenciais não podem ser postergadas, pois a doença tem um comportamento mais agressivo e mais rápida progressão, como a maioria dos casos de câncer de pâncreas, fígado e vias biliares, estômago, cólon e reto, pulmão, ovário avançado, endométrio avançado e melanoma.

“A definição desta priorização deve ocorrer considerando-se também o perfil molecular do tumor e a saúde geral do paciente”, explica Alexandre Ferreira Oliveira.

Já as cirurgias eletivas urgentes, com maior possibilidade de serem candidatas a serem postergadas, são as quais os tumores apresentam comportamento biológico mais favorável, como câncer de pele não melanoma, mama e próstata iniciais, lesões pré-malignas e precursoras de câncer, assim como procedimentos associados à reparação de sequelas relacionadas à doença.

Deve ser considerado que os exames, realizados para doenças de baixa morbidade, talvez possam ser também postergados, mas essa decisão deve ser tomada caso a caso pelo médico e seu paciente.

Mais da metade dos pacientes são operados no SUS

Para 2020, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) são esperados 625 mil novos casos de câncer de 20201. Apenas no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o relatório Interfarma 2019 sobre jornada do paciente oncológico, foram realizadas 316 mi cirurgias em 2018, ano em que foram estimados 600 mil novos casos da doença.

De acordo com o presidente da SBCO, 9 entre 10 pacientes oncológicos, no sistema público e privado, em algum momento do planejamento terapêutico é submetido à cirurgia, desde uma biópsia até procedimentos mais complexos e extensos.


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