Nesta quinta-feira, 31, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa da Mulher da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, por meio da relatora, a vereadora Nildma Ribeiro (PCdoB), se reuniu com as advogadas Betânia Nolasco e Andressa Gusmão, com a presidente do Conselho Municipal da Mulher, Arlene Santos Ribeiro, e com a presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lídia Rodrigues, além da jornalista Joana Rocha, para analisar o andamento dos processos contra o médico ginecologista Orcione Ferreira Guimarães Jr., acusado de assédio sexual por cerca de 30 mulheres. A primeira denúncia ocorreu no dia 10 de maio deste ano.
O caso teve uma repercussão muito grande por conta das inúmeras denúncias feitas nas redes sociais, e posteriormente oficializadas pelas vítimas em uma reunião na OAB, no dia 13 de maio. Segundo as advogadas, a partir daí, a Ordem dos Advogados do Brasil notificou a Delegacia Especializada da Mulher (DEAM), para realização do processo investigativo, mas desde então já são seis meses e ainda não foram concluídos os processos para que o acusado seja julgado.
“Nós recebemos muitas vítimas denunciando o abuso do ginecologista, porém algumas delas desistiram por se sentirem coagidas, ameaçadas, com medo, expostas e até mesmo por vergonha, após a entrevista do acusado na mídia, com divulgação de dados dos prontuários; ainda assim, das 24 que estiveram na OAB, 17 delas mantêm o processo, além de outras que se apresentaram à DEAM acompanhadas de outros advogados, totalizando uma média de 30 mulheres”, disse Andressa Gusmão.
Ainda segundo a advogada, os depoimentos das vítimas foram concluídos em meados de agosto e o acusado também já foi ouvido. “Como era esperado, ele fez uma defesa genérica e negou as acusações, agora queremos o desfecho final, ou seja, que os inquéritos policiais sejam remetidos pela DEAM ao Ministério Público, porque as vítimas esperam que se faça justiça”, afirmou.
Segundo a vereadora Nildma Ribeiro, relatora da Comissão de Mulheres e diretora da União de Mulheres da Bahia, assim que a Câmara foi acionada, adotou todas as providências para dar apoio às vítimas e continua acompanhando o caso. No dia 22 de outubro, foi encaminhada pela comissão uma correspondência à Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeira, pedindo celeridade nas investigações e a conclusão dos processos, pois a demora pode ocasionar a desistência das vítimas, por temerem mais desgaste emocional, e também a impunidade do autor. “Nós quereemos o desdobramento do caso, que o Estado acompanhe o andamento dos inquéritos para que as vítimas tenham a certeza de que não serão apenas mais uma mulher a passar por essa situação, e aproveitamos para pedir o apoio da sociedade nessa luta contra o abuso sexual e contra qualquer outro tipo de abuso, queremos justiça”, concluiu.