Caixões foram retirados de covas e jogados em uma ribanceira para novos enterros serem feitos no cemitério de São Tomé de Paripe, no subúrbio de ferroviário de Salvador. Um morador da região denunciou a situação.
Dona Marinalva, moradora do bairro, precisou comprar blocos e cimento para que a família enterrasse o corpo da mãe dela, em janeiro deste ano. “Quem enterra somos nós [família] mesmos. É um processo que já existe e acatamos este processo”, disse.
O cemitério é administrado pela Paróquia de Nossa Senhora do Ó. Os moradores da região dizem que pagam uma taxa de R$ 150 para realizar o sepultamento no local. “Não tem banheiro, já vi diversas vezes as carneiras lá atrás, telhas quebradas e o mato invadindo tudo”, contou Josemir do Rosário, dono de uma funerária, que fica no bairro.
Caixões são retirados de covas e jogados em ribanceira para novos enterros serem feitos em cemitério — Foto: Divulgação/TV Bahia
A reportagem da TV Bahia entrou em contato com o padre da paróquia, que informou que não tem condições financeiras para fazer a manutenção do cemitério.
De acordo com a Vigilância Sanitária, a Paróquia de Nossa Senhora do Ó não tem permissão para funcionar e será notificada.
“Ele não tem nenhum registro, não tem alvará de funcionamento, ele não tem alvará de vigilância sanitária, não tem informações que ele tem licença ambiental. Tudo isso é necessário para que o cemitério possa funcionar”, disse Erivaldo Queiroz, fiscal da Vigilância Sanitária de Salvador.