O clima pegou fogo na Câmara de Vereadores na sessão desta sexta-feira (25), em Vitória da Conquista. Uma vereadora e um vereador da situação acabaram se envolvendo em um bate-boca com um edil da oposição.
O tema era nada mais nada menos do que corrupção. Tudo começou quando a vereadora Lara Fernandes (Republicanos) se utilizou do escândalo no INSS, no qual aposentados e pensionistas tiveram descontos indevidos em seus benefícios, para questionar a honestidade do presidente Lula e do PT como um todo.
Lara citou o Financimento de obras em outros países como Venezuela, além do azulo concedido por Lula à ex-primeira-dama do Peru. “Estamos assistindo no Brasil hoje o que presenciamos nos governos passados do PT, é escândalo em cima de escândalo. Alguém aí achou que seria diferente? Na última sessão aqui da Câmara eu estava denunciando o escândalo do BNDES que voltou a financiar obras em países caloteiros como a Venezuela, cuja dívida com o Brasil já ultrapassa a marca de 10 bilhões de reais. E do recente caso da ex-primeira dama do Peru, condenada por receber propina da Odebrecht, ressaltando que recebeu a propina da Odebrecht, mas o dinheiro da propina foi de menos. Tirado de nós, brasileiros, trabalhadores e pagadores de impostos, através do BNDES. A ex-primeira-dama que ia ser presa lá no país dela, mas não foi porque o Lula interferiu na soberania interna daquele país e mandou resgatá-la com o avião da Força Aérea Brasileira, uma fuga digna de filme de Hollywood”, disparou.
Seguida pelo colega também da bancada de oposição, Edjaime Rosa (Bibia), do União Brasil, que também fez alegações contra Lula e até contra os sindicatos de modo geral, sua fala foi endossada. “Tenha vergonha, Partido do Trabalhador. Tenha vergonha, porque você está roubando do próprio trabalhador, aquele que trabalhou vinte, trinta, quarenta anos, para adquirir o seu direito de aposentadoria, e depois de aposentar, receber um migalha, e ainda vocês roubam ainda. Esse aqui é o Partido do Trabalhador, esse aqui é o partido que vocês defendem, esse é a bandeira que muitos colegas que defendem”, criticou.
As falas de ambos forma fechadas com veemência pelo vereador da oposição Ricardo Babão (PCdoB). O edil afirmou que os colegas deveriam se ater aos projetos dos quais o município necessita. Ele disse ainda que o púlpito estava sendo usado como palanque político pelos colegas para angariar aplausos e apoio da direita.
”O que é que eu vou fazer na Venezuela nesse momento sabendo que nós estamos com dificuldade aqui? O que é que eu adianta eu estar aqui, falando de corrupção de partidos políticos, que todos aqui fazem parte de um partido político? Me cita um partido nosso aqui, que não teve alguém envolvido na corrupção: o Republicanos, o presidente do Republicanos está sendo investigado em Brasília, o partido do vereador Bibia está sendo investigado na Bahia… Aí fica gente lendo notícia, algumas fake news, em celular, para fazer discurso aqui, para levar aplausos daqueles que é contra a esquerda”, criticou.
A situação ficou ainda mais tensa quando Babão pediu a incorporação do tempo do presidente da Casa ao seu discurso. A vereadora Lara, que já não estava nada satisfeita com o discurso, ficou ainda mais chateada e a situação terminou em um bate-boca entre ela e Babão. “A mulher que defende a democracia não quer deixar eu falar? A senhora pode fazer silêncio, por favor, três minutos. Obrigado pela educação da senhora”, confrontou.
O vereador encerrou sua fala falando de ações da vereador durante a campanha do ano passado. “Quem fala mal da esquerda aqui estava dentro dos condomínios do Minha Casa Minha Vida fazendo exame para os pobres para ganhar voto”, disparou.
Mesmo após a fala encerrada, os dois ainda bateram boca e Babão sugeriu que Lara fosse morar na Argentina ou em algum outro país.
Terminadas as discussões, o vereador Edjaime Rosa questionou o presidente da Casa, Ivan Cordeiro (PL) sobre a concessão de tempo. O edil perdeu as estribeiras, bateu na mesa e apontou o dedo para o colega dizendo que era contra o regimento a forma como ele estava conduzindo a sessão. Ivan não gostou nem um pouco da afronta e respondeu que o vereador abaixasse o dedo para falar com ele. A sessão terminou com o clima tenso.