O show de Nando Cordel no palco principal do Centro Cultural Glauber Rocha, nesta sexta-feira (21), foi basicamente calcado em canções autorais – afinal, como se sabe, ele é um compositor prolífico, com mais de 500 obras musicais em que seu nome aparece nos créditos.
Dessa forma, o público cantou e dançou ao ouvir sucessos que, talvez, as pessoas conhecessem, mas sem saber que eram dele, como “É de dar água na boca”, “Enfeitiçou meu coração”, “De volta pro aconchego” e “Isso aqui tá bom demais” – as duas últimas, por sinal, são parcerias do artista com Dominguinhos, um nome sempre presente nas programações musicais do Arraiá da Conquista.
Outro ponto em comum entre Nando Cordel e “Seu Domingos” é a relação estreita de ambos com Vitória da Conquista. E, no caso de Nando, sua intimidade com a cidade é revelada pelo modo como ele se refere a ela – chamando-a pelo segundo nome, “Conquista”, e não pelo primeiro, “Vitória” (como costumam fazer os menos íntimos).
“No começo da minha carreira, eu tocava muito aqui em Conquista e na região”, disse o cantor e compositor, pouco antes de subir ao palco. “Eu tenho uma relação muito bonita com Conquista. E hoje, estou aqui no São João, com muita felicidade”.
No entanto, além de suas próprias canções, o artista fez incursões pelos repertórios de outros nomes importantes da canção nordestina, com os quais ele chegou a compor. A diversidade de ritmos, durante o show, foi semelhante à grande quantidade de gêneros musicais pelos quais ele já se aventurou. “Comecei fazendo um projeto mais MPB. Depois, dei uma migrada para Luiz Gonzaga e Dominguinhos, que viraram meus parceiros, principalmente Dominguinhos. Aí, fiquei bebendo nas fontes e fazendo outros tipos de música”, contou.
Para um evento como o Arraiá da Conquista, no entanto, ele preparou um repertório predominantemente junino. “O forró correu forte na minha veia. Eu tenho uma linha muito forte de forró. E, no São João, as pessoas me convidam muito. E eu faço um repertório só de forró para que a noite seja maravilhosa”, explicou o artista.
Para ele, participar do evento junino da Prefeitura de Vitória da Conquista é uma forma de levar adiante o legado de seus antigos parceiros – e, dessa forma, tocar as pessoas de uma forma que transcenda a mera audição musical. “Eu fico muito feliz de estar aqui, numa cidade tão maravilhosa, tão importante. A gente está aqui mostrando um trabalho de músicas bonitas, sérias, músicas que vão fazer bem. Que vão, no mínimo, fazer a alegria no coração das pessoas. É isso que eu tento passar com a minha música”, analisou Nando.
“Você tem uma responsabilidade muito grande quando você faz música. Tua música pode atingir uma pessoa de um jeito ou de outro. Então, procuro fazer com muito carinho para que atinja as pessoas da melhor forma. Para que, pelo menos, a pessoa tenha felicidade no coração”, ensinou.