Moradores dos bairros Jardim Valéria, Jardim Sudoeste, Santa Teresinha e Copacabana, em Vitória da Conquista, continuam sofrendo com a falta de pavimentação das ruas, mesmo após a liberação de uma emenda parlamentar de R$ 8 milhões para as obras. O Blog do Sena esteve no bairro nesta terça-feira(28) e conversou com William Gama, líder comunitário e membro do Movimento Pavimentação Já. William relata que após o período eleitoral as obras de pavimentação foram interrompidas.
Em junho de 2022, a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista assinou a ordem de serviço para a pavimentação de 57 ruas dos quatro loteamentos citados acima. A realização da obra ficou sob a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Já a verba de R$ 8 milhões para o projeto total foi resultado de emenda parlamentar apresentada pelo deputado federal Elmar Nascimento, articulada pela prefeita Sheila Lemos, ambos do partido União Brasil (UB).
Até o final do período eleitoral de 2022, quando ocorreram também as eleições para deputados estaduais e federais, 11 ruas foram pavimentadas. No entanto, como relata o Movimento Pavimentação Já, após as eleições as obras foram interrompidas. “As máquinas foram embora depois da eleição. Achamos até que foi por conta das fortes chuvas, mas acabou o período de chuva e nada”, contou William Gama. “Durante a eleição estava uma manifestação boa aqui, prefeita, vereadores… agora sumiram todos. Ninguém mais apareceu aqui”, completou.
Em alguns vias, os passeios das casas foram quebrados para receber a pavimentação, mas com a interrupção das obras, agora, geram transtornos aos moradores. Nas ruas também é possível observar restos de materiais que seriam usados nas obras e entulhos que estão sendo utilizados para tapar os buracos e evitar acidentes.
William relata que ofícios já foram enviados à Prefeitura solicitando respostas e esclarecimentos sobre a interrupção das obras, no entanto não obtiveram respostas até o momento. “Nenhuma satisfação foi dada à comunidade. Queremos saber para onde foi o dinheiro e o porquê não nos dão respostas”, indignou-se. Ele conta ainda que na próxima quarta-feira usará a tribuna da Câmara Municipal e o Movimento Pavimentação Já está articulando uma manifestação para cobrar explicações.
Qualidade do Asfalto – Outra questão levantada envolvendo o projeto foi a qualidade material utilizado na pavimentação das 11 que receberam a obra. A situação foi inclusive denunciada no Ministério Público. No entanto, William esclarece que a denúncia não foi realizada pelo Movimento Já. Segundo o líder comunitário, pessoas estariam tentando deslegitimar a atuação do Movimento dizendo que as obras foram interrompidas por conta da denúncia. “A denúncia não foi feita por mim e, mesmo assim, até hoje o MP não se manifestou”, diz Gama afastando o boato que foi criado.