Um crime que chocou Vitória da Conquista agora tem mais capítulo. Nesta terça-feira (30), a notícia do Habeas Corpus que possibilita Filipe Gusmão responder pelo crime do assassinato da jovem Sashira Camilly, está causando revolta e indgnação na cidade.
A jovem de 19 anos foi assassinada pelo ex-namorado Rafael Souza, em 15 de setembro de 2021. O crime contou com a participação de Filipe Gusmão, que, de acordo com as investigações da Polícia Civil, foi o responsável por fazer a conexão entre Rafael Souza e Marcos Vinícius, que estrangulou a jovem, golpe que culminou em sua morte.
A família da jovem vive um luto sem prazo para acabar, agora, há pouco mais de 15 dias do crime brutal completar um ano, a dor se intensifica com o sentimento de impunidade.
Em entrevista ao Blog do Sena, o pai de Sashira, Edilvânio Alves, falou que o sentimento é de tristeza. “É sentimento de tristeza, de amargura, de sofrimento. A dor é tão forte quanto quando ela morreu, quando eu tive notícias dela no dia 16 de setembro, uma notícias dessas. Um dos assassinos solto, um assassino desse réu confesso e agora muda a versão, o advogado constrói uma história e o juiz termina libertando. Infelizmente, nosso país tem isso”, disse o pai.
Para ele, Filipe Gusmão teve participação no crime e não deveria responder pelo crime em liberdade. “Minha filha foi sequestrada, sangrada e torturada. Esse bandido Filipe Gusmão participou do lixamento em Sashira, porque ele deu murro em Sahira, bateu em Sashira, de chutes. Esse bandido ainda pegou o carro da minha filha e levou para casa cheio de sangue. E falar que esse bandido hoje é uma vítima? Que ele não participou do crime?”, disse indignado.
O empresário, conhecido na cidade como Seis Dedos, contou que o sentimento é de injustiça. “A injustiça está aí, não preciso nem falar, as pessoas estão vendo e estão comentando. Sou incapaz de falar qualquer coisa sobre isso. Que justiça é essa? Que o marginal vira vítima e minha filha que morreu vira ré? Porque para a justiça é isso. […] está solto aí na sociedade para aproveitar e fazer novas vítimas”, falou.
Bastante emocionado, o pai revelou que sonha com a filha pedindo socorro com frequência e que se sente inútil. “Quando eu vejo minha filha nos sonhos, pedindo socorro, e eu não posso fazer nada, é muita dor”, disse.
Além da dor por não ter podido ajudar a jovem em seu calvário, saber que Sashira foi torturada antes de morrer, torna o sofrimento e a sensação de impotência ainda mais avassaladores para o pai. “Minha filha não sofreu um acidente, não tomou um tiro, se fosse isso, talvez eu não sofresse tanto como sofro hoje. Minha filha foi sequestrada, foi torturada até a morte. Foi sangrada como se sangra um bode, foi linchada, chutada, quebraram a mandíbula de minha filha, ela ficou cheia de hematomas. Eu sinto a dor dela até hoje”, lamentou.
Apesar da tristeza, o empresário sempre buscou deixar o nome da filha vivo, levando à frente o projeto de construir o espaço de eventos que ganhou o nome da jovem, a Arena Sashira. Mas nada disso ajuda a diminuir a frustração e a revolta com a soltura de um dos envolvidos.
Os outros envolvidos no crime, Rafael Souza e Marcos Vinicius continuam presos. Veja a seguir a entrevista na íntegra: