Os abatedores que utilizam o Frigorífico Municipal de Vitória da Conquista têm manifestado crescente insatisfação com os serviços prestados pela empresa responsável pela gestão da unidade. Nesta quarta-feira (15), o Blog do Sena recebeu diversas denúncias de abatedores que utilizam o equipamento, relatando graves problemas na gestão do frigorífico, atualmente administrado pela empresa Confrigo
O equipamento, que opera sob regime de concessão pública, é um ponto central para o funcionamento de toda a cadeia produtiva de carnes da cidade e região, sendo essencial para a economia local. Mas, segundo os relatos, a empresa não tem realizado o acondicionamento adequado das carnes, o que tem resultado em prejuízos significativos para pequenos e grandes abatedores da região.
De acordo com as denúncias, as carnes estão sendo comprometidas devido à refrigeração inadequada, o que tem levado ao descarte de bovinos e suínos inteiros gerando prejuízos financeiros aos abatedores e comerciantes locais. Um dos denunciantes, é o empresário Edilvânio Alves, popularmente conhecido como Seis Dedos. Apoiado por outros produtores, ele denunciou os problemas causados pela forma incorreta de armazenamento das carnes.
“A carne não chega em boa qualidade. Estamos perdendo nossos bois por conta da má conservação, e isso afeta diretamente nossos negócios”, afirmou Seis Dedos.
O Frigorífico Municipal opera sob regime de concessão pública e é essencial para o funcionamento de toda a cadeia produtiva de carnes da cidade. A concessão vigente, administrada pela Confrigo desde 2007, tem validade até 2025. Contudo, abatedores têm reclamado da qualidade dos serviços oferecidos, especialmente na etapa de armazenamento e conservação das carnes, que são de responsabilidade da empresa gestora.
Não é a primeira vez que a Confrigo enfrenta problemas relacionados à gestão do Frigorífico Municipal. Histórico de falhas operacionais, como a falta de manutenção adequada e reclamações sobre os altos custos para utilização do equipamento, já foram registrados anteriormente. Agora, com a proximidade do vencimento da concessão, a situação levanta questionamentos sobre a continuidade da parceria com a empresa.
Procurada pela produção do Blog do Sena, a Confrigo ainda não se manifestou sobre as denúncias por meio de nota oficial. Apenas se limitou a dizer que “essas situações acontecem”. Com a concessão perto de seu término, torna-se imprescindível que uma solução rápida e eficiente seja adotada para evitar maiores impactos na economia local e assegurar a qualidade do produto que chega à mesa dos consumidores. Em meio a esse cenário de insatisfação, o processo de renovação da concessão do frigorífico, previsto para 2025, tem gerado grande expectativa e um ambiente de forte disputa.
Vários grupos estão se preparando para disputar a concessão do frigorífico municipal. Entre eles, uma associação de fazendeiros local, que busca assumir a gestão do frigorífico e melhorar as condições de operação. O outro é a própria Confrigo, que atualmente administra a unidade e, embora enfrentando críticas, deve tentar renovar sua concessão. Mas, a expectativa é que mais concorrentes entrem na disputa inclusive grupos de fazendeiros, associações e frigoríficos baianos e até de outros estados brasileiros.
Essa disputa, que envolve interesses milionários, deve se intensificar nos próximos meses, já que o controle do frigorífico municipal é estratégico para o setor de carnes de Vitória da Conquista e região. O frigorífico, além do abate de animais, também é responsável pela conservação, tarefas fundamentais para garantir a qualidade e a segurança alimentar dos produtos.
A população e os abatedores esperam uma solução imediata para os problemas apontados, com maior fiscalização do poder público sobre o serviço prestado e garantia de condições adequadas para o funcionamento do frigorífico. A expectativa é que, com a renovação da concessão, a cidade possa contar com uma gestão mais eficiente e moderna, que atenda melhor às demandas dos abatedores e, por consequência, melhore a qualidade do produto final, beneficiando tanto os produtores quanto os consumidores.