Uma data que jamais será esquecida pela família e amigos de Sashira Camilly: 15 de setembro de 2021. Foi neste dia, que a estudante de Engenharia Civil foi morta, de forma violenta, em Vitória da Conquista. Nesta sexta-feira (15), o crime que chocou a cidade e todo o Estado da Bahia, completa dois anos.
Na última quarta-feira (13), familiares e amigos participaram da missa de dois anos da morte da jovem. O rito religioso também marcou os sete dias da morte da sua avó, Dona Hilda, que faleceu aos 73 anos, em decorrência de complicações de saúde. Ela morreu, por coincidência, no mesmo mês da neta. A missa foi realizada na Igreja Bom Jesus, no bairro Brasil, e foi marcada por muita emoção, tristeza e sentimento de justiça. A igreja ficou lotada e foi tomada por emoção.
Pai de Sashira e filho de Dona Hilda, Edilvânio Alves, mais conhecido como Seis Dedo, falou sobre a mistura de sentimentos. Em entrevista exclusiva ao Blog do Sena, o empresário abriu o coração e explicou que o momento tem sido difícil, pois apesar de entender a partida da sua mãe, ainda não aceita a morte da sua filha primogênita.
“Momento muito triste. Esses sete dias que perdi minha mãe e esses dois anos que perdi a minha filha. A gente se emociona com uma missa dessa porque a gente fica com um conforto no coração. A gente conforta o coração porque foi Deus que chamou minha mãe para o plano eterno e para estar ao lado dEle. Deus levou minha mãe de uma forma natural. Às vezes a gente não aceita, mas se conforma. Mas, minha filha é difícil conformar e muito menos aceitar. Porque minha filha teve uma morte trágica, foi uma morte violenta. Três assassinos pegaram minha filha de uma forma tão violenta e isso fica marcado no coração da gente”, destacou Seis Dedos.
Sashira Camilly Cunha Silva foi morta quando tinha apenas 19 anos. Seu corpo foi encontrado no município de Planalto, que fica distante cerca de 47 quilômetros de Vitória da Conquista. De acordo com a Polícia Civil, o ex-namorado, Rafael Souza, é o principal responsável pela morte da jovem.
No entanto, para cometer o crime, ele teve o auxílio de outros comparsas, o Marcos Vinícius Fernandes e o Felipe Gusmão. Rafael confessou o crime e delatou os comparsas à polícia. De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Civil na época, Rafael dopou Sashira com um remédio de uso controlado a esfaqueou no pescoço e no rosto. No entanto, ele não teve coragem para matá-la e contou com a ajuda de Marcos. Ele foi responsável por pegar o carro da vítima e terminou de matar Sashira, enforcando a jovem até a morte. Os dois estão presos.
Já o terceiro envolvido, Felipe Gusmão, segundo a polícia, fez a ligação entre Rafael e Marcos, que não eram próximos. Ele serviu como articulador entre os dois e pagou um carro de aplicativo para que Marcos fosse até o local do crime. Ele chegou a ser preso, mas, por meio de Habeas Corpus, ele está em liberdade desde maio deste ano.
Seis Dedos conta que ainda tem sonhos com a filha devido a forma violenta que sua filha perdeu a vida. E questiona a demora do julgamento dos criminosos e a liberdade dada para um dos responsáveis pelo crime brutal.
“Eles torturam a minha filha, lixaram, sagraram minha filha como bode. Não contentes, eles estrangularam a minha filha. Até hoje eu não consigo Eu vejo minha filha pedindo socorro, socorro pai. E eu não consigo socorrer a minha filha, nem nos sonhos. Esses três marginais estão aí. Um dos assassinos está solto e dois estão presos. O amor que tenho pela minha filha é eterno e eu não vou esquecer jamais. Por mais que o tempo passe, enquanto as coisas não acontecerem, enquanto esse marginais não forem julgados, condenados, com veemência, o coração da gente não tranquiliza”, disparou.
O empresário ainda lamentou o fato da sua mãe e avó de Sashira não ter presenciado em vida o julgamento dos criminosos que ceifaram a vida da neta. “Minha mãe se foi e infelizmente não conseguiu ver a justiça pela neta, pelo menos ver esses marginais condenados. Minha mãe faleceu e não conseguiu ver isso em vida. Será possível que essa justiça vai esperar eu morrer para fazer alguma coisa?, indagou Seis Dedos.
Emocionado, Seis Dedos cobrou que a justiça pela morte da sua filha seja feita. E afirmou que não vai deixar o crime cair no esquecimento. “Dois anos vão se passando e nada de julgamento. Eu acho que a justiça está esperando a gente esquecer para soltar esses marginais. Mas, jamais vou esquecer da minha filha, vou lutar até o fim, até a morte. É difícil demais. Nesses dois anos, na realidade eu queria que minha filha tivesse em paz no céu e eu paz também, com esses três assassinos presos. […] Eu peço que a justiça seja feita. Eu não vou deixar cair no esquecimento, jamais. Eu peço que essa alegria de Sashira seja respeitada. E que esses assassinos sejam condenados, que peguem a prisão máxima. Justiça por Sashira. É o que eu apelo e vou lutar até a morte”, disse.
Veja a seguir as fotos da Missa.