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Motorista de app pergunta se passageiro é homossexual e manda ele cancelar corrida

Um cabeleireiro e maquiador de 29 anos registrou um Boletim de Ocorrência contra um motorista de um aplicativo de transporte que alegou não transportar passageiros homossexuais. A situação ocorreu no início da madrugada desta segunda-feira (11), quando Hisnard Amaral solicitou um carro pelo aplicativo, no Centro de Manaus.

Segundo Amaral, ele estava em um bar e solicitou uma corrida pelo aplicativo 99Pop. Ele estava na Praça da Saudade, no Centro da capital, e após fazer o pedido, recebeu uma mensagem do motorista que aceitou a corrida.

“Quando eu fiz o pedido, o motorista perguntou se eu estava no bar e eu respondi que sim, e foi quando ele falou para mim que se eu fosse ‘veado’ era melhor eu cancelar a corrida. Eu falei para ele que ia expor a situação e me deu uma crise de choro, de medo, eu não sabia o que fazer”, disse a vítima, em entrevista ao G1.

Mesmo com medo, Amaral voltou a pedir outro carro pelo aplicativo, e conseguiu que outro motorista realizasse a viagem. A próxima jornada era a de conseguir realizar a denúncia contra o motorista.

“Na segunda-feira eu mandei, no próprio aplicativo, uma reclamação e não tive resposta. Eu também fui na delegacia aqui de Petrópolis e registrei o B.O.. Na terça-feira, eu fui na central deles, mas não consegui ter nenhum retorno pois eles atendem apenas motoristas, e não passageiros, mas deram um número para eu ligar”, afirmou a vítima.

Logo após entrar em contato, por telefone, com a empresa, Amaral recebeu um e-mail da 99Pop e encaminhou para a empresa todos os dados da ocorrência, incluindo fotos da conversa com o motorista, e do boletim registrado na delegacia.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais, chegando a ter mais de dois mil compartilhamentos. Nos comentários, a vítima recebeu denúncias sobre o mesmo motorista e diversos outros do mesmo aplicativo.

O B.O. pelo crime de Injúria foi registrado no 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e a vítima já foi chamada para prestar depoimento no local. O caso foi encaminhado ao 24º DIP, segundo a Polícia Civil.

De acordo com Amaral, a empresa se pronunciou em algumas redes sociais sobre o caso, mas ainda não entrou em contato com ele para dar uma posição sobre o andamento da denúncia.

“Eu pedi para eles me darem o retorno, eu mereço uma resposta. Eu sou cliente de vocês, quero saber, porque é direito meu como consumidor, mas o problema todo é que eu ainda não tive uma resposta direta”, disse.

O outro lado

G 99Pop se manifestou por meio de nota. No comunicado, a empresa disse que o perfil do condutor foi bloqueado do aplicativo.

“A 99 repudia qualquer forma de preconceito e tem uma política de tolerância zero em relação a isso. A empresa se solidariza com o passageiro e lamenta profundamente. A companhia está em contato com ele para prestar todo o apoio que for necessário. Também se encontra aberta a colaborar com a polícia”, acrescentou a empresa.

A 99 informa ainda que está trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana, para colaborar com a segurança dos usuários e usuárias.


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