Em meio às reuniões da agenda oficial desta terça-feira (28), na Prefeitura da Zona Oeste, a prefeita Sheila Lemos recebeu a ativista Vitória Araújo e a cirurgiã-dentista Verena Ribeiro, ambas representantes das chamadas “mães atípicas” – termo utilizado para se referir às mulheres que possuem filhos com alguma síndrome ou deficiência rara.
Elas solicitaram à Prefeitura a doação de um terreno para a sede da Associação Conquistense para Atendimento Especializado à Pessoa Autista (Acaepa), entidade fundada há seis anos, que atende a 24 pessoas com idades entre três e 27 anos.
Além do autismo, a Acaepa recebe pessoas que apresentam diagnósticos de outros tipos de atipicidade, como paralisia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de Oposição Desafiante (TOD). A instituição funciona na própria residência de Vitória, oferecendo atendimentos individuais e em grupo nas áreas de psicopedagogia e psicologia, além de oportunidades de interação, por meio da prática de judô.
Há equipes que atendem especialmente aos familiares, que, na maioria dos casos atendidos pela Acaepa, não dispõem de informações ou preparo psicológico suficientes para lidar com os diagnósticos feitos pelos médicos. Segundo Vitória, trata-se de uma questão sensível, já que o número de diagnósticos do tipo aumentou bastante nos últimos anos.
“É necessário que a gente receba o terreno para que a gente possa construir um espaço onde seja possível atender a mais pessoas. E, principalmente, com melhor qualidade de vida”, explicou a ativista, que é presidente e fundadora da Acaepa.
“Queremos formar uma instituição sem fins lucrativos para ajudar as mães atípicas de todos os tipos de atipicidade. A ideia é a gente se reunir para se ajudar. Nós viemos conversar para entrar num consenso com a prefeita, que está de todas as formas nos ajudando ao máximo. Ela está super disponível para ajudar todas as mães e todas as crianças”, afirmou a cirurgiã-dentista Verena, que é mãe de uma filha com autismo e trabalha em conjunto com Vitória no ativismo pelas pessoas com diagnósticos de atipicidade.
A prefeita Sheila Lemos se comprometeu a avaliar a possibilidade de doação do terreno, mas também assegurou o oferecimento de orientação técnica, por meio da Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para que a entidade possa funcionar de acordo com os critérios que constituem o protocolo operacional exigido pelo Ministério da Saúde.
“Não é só construir a sala”, orientou Sheila. “A primeira coisa, por exemplo, é ver como a Acaepa está enquadrada, se nas áreas de saúde, educação ou assistência social. Nós vamos fazer uma análise, ver os ajustes que precisam ser feitos”, afirmou a gestora.
O coordenador municipal de Saúde Mental, Arthur Nolasco, que representou na reunião o secretário municipal de Saúde, Vinícius Rodrigues, recebeu da prefeita a incumbência de estabelecer o contato com a entidade para fazer os ajustes necessários. “Nós vamos pegar toda a documentação e verificar o que precisa ser feito, da forma mais rápida possível”, informou.