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Conferência de Daniel Munduruku abre programação da Fligê com sucesso de público

“Os povos indígenas fazem um esforço enorme para entender o Brasil, mas o Brasil faz esforço muito pequeno para entender os povos indígenas”, lamentou o escritor e professor paraense, Daniel Munduruku, na abertura da 5ª edição da Fligê-Feira Literária de Mucugê, na noite de quinta-feira,11. A numerosa plateia que lotou o Centro Cultural, maior espaço fechado da feira, ficou de pé para aplaudir o ativista das causas indígenas, conferencista da feira que falou sobre o tema  “Literatura e Ancestralidade-o solo originário do gesto”.

“Foi uma fala de um humanista, antes de tudo. Excelente!”, comentou o deputado Zé Raimundo, que integrou a numerosa plateia. Também junto ao público, o deputado federal Waldenor Pereira, acompanhou atento o conferencista indígena, o qual teve a oportunidade de conhecê-lo de outras oportunidades . Waldenor foi presidente da Comissão de Legislação Participativa (CLP) até o início desse ano, e realizou várias audiências públicas sobre questões indígenas, inclusive com a participação de Daniel Munduruku. Além disso, a atuação do deputado tem dedicado atenção especial às causas indígenas, posicionando-se firmemente contra o Marco Temporal, sobre demarcações das terras indígenas no país,contra a exploração ilegal de minérios e madeira e em favor de programas de apoio às mulheres indígenas .

ABERTURA

Antes da conferência, a 5ª edição da Fligê foi declarada oficialmente aberta pela curadora do evento, Ester Figueiredo. Após a fala de Daniel Munduruku, o público se dirigiu à Praça dos Garimpeiros para assistir ao show de Mateus Aleluia. A programação, que reúne mesas de debate sobre literatura, lançamentos de livros, conversas autorais e apresentações de música, literatura, dança,  teatro, exposições artísticas e  as diversas manifestações culturais, vai até o domingo, dia 14.

 


Desde a sua primeira edição a Fligê é financiada integralmente com recursos de emendas parlamentares do deputado federal Waldenor Pereira e do deputado estadual Zé Raimundo, viabilizada institucionalmente via secretarias estaduais de Cultura (Secult) e da Educação (SEC), Bahiatursa e Prefeitura Municipal de Mucugê, e realizada pelo Instituto Incluso.

MAIS EVENTOS COM O INDIGENISTA

Daniel Munduruku também participará da mesa: “Ancestralidades, literatura e meio ambiente no enquadre originário dos gestos de salvar a vida” e da sessão de autógrafos no estande da Feira. Vencedor de dois prêmios Jabuti e escolhido pela Unesco para receber menção honrosa no Prêmio Literatura para crianças e jovens na questão da tolerância,Munduruku é aclamado na literatura infanto-juvenil. Defensor do papel da cultura indígena na formação da sociedade brasileira, o escritor acredita que a saída para a crise civilizatória atual virá com o resgate dos valores dos povos originários.

Ele já publicou 57 livros no Brasil e exterior, entre eles as obras “O banquete dos deuses: conversa sobre a origem e a cultura brasileira”, “Histórias de índio”, “As serpentes que roubaram a noite”, “Contos indígenas brasileiros”, “Coisas de índio” e “Meu avô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória”. Convidado para a conferência de abertura da Fligê, “Literatura e Ancestralidades: o solo originário do gesto”, o autor busca dar pluralidade a toda à diversidade dos povos indígenas, evidenciando vivências e memórias ancestrais.


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